Na sua página oficial no Facebook, o presidente zambiano, Edgar Lungu confirmou a testagem positiva dos dois primeiros casos do covid 19 no país. Trata-se de um casal cidadãos zambianos que esteve recentemente de férias em França com os seus dois filhos.
"O casal foi isolado e recebeu tratamento em Chilanga", declara Edgar Lungu na sua página oficial.
Um dia antes do anúncio, o governo zambiano anunciou uma série de medidas restritivas, de modo a prevenir uma eventual escalada da pandemia.
A partir de amanhã, sexta-feira, 20, todos os estabelecimentos de ensino serão encerrados e a reunião de pessoas, em cultos religiosos, eventos culturais e outros, estão proibidos.
Na Zâmbia vivem mais de 30 mil angolanos, segundo estimativas não oficiais.
Com a entrada da Zâmbia no mapa global da pandemia, Angola, onde, segundo as autoridades não foi ainda registado nenhum caso da doença, fica, assim, rodeada por países onde existem casos confirmados de coronavírus/Covid-19.
A República Democrática do Congo conta com quatro casos, na Namíbia foram registados dois, enquanto na República do Congo foi anunciado um caso.
O vírus, o que é e o que fazer, sintomas
Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.
Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.
Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.
O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.
A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.