A Pfizer é uma das muitas farmacêuticas que estão em contra-relógio para produzir uma vacina eficaz contra o novo coronavírus que provoca a Covid-19, às quais se juntam diversos laboratórios nacionais em mais de uma dezena de países, desde logo a China, que já tem uma vacina aprovada para uso em humanos, embora limitada à utilização entre as suas Forças Armadas, e produzida em colaboração entre um laboratório militar a CanSinoBio, empresa com sede em Hong Kong cujo negócio é produzir vacinas.
Nas últimas horas, a Pfizer comunicou "resultados promissores" na fase inicial dos testes para uma nova vacina, tendo um dos seus investigadores, Phil Dormitzer, citado pela ABC News, admitido que aquilo que foi conseguido até agora é "Altamente excitante" no que diz respeito ao aproxima do dia em que o mundo passa a contar com uma vacina para combater a Covid-19.
Estes resultados provisórios são parte de uma fase de testes em curso nos EUA nos quais foram essenciais um conjunto de voluntários, explicando que esta solução parte do recurso a anticorpos que neutralizam o vírus e que "consegue ir mais longe que o efeito protector dos anticorpos existentes em pessoas que já tiveram a Covid-19".
"Foi um árduo e prolongado trabalho, mas os resultados estão aí para mudar a vida de muita gente", atirou ainda Dormitzer, garantindo que o trabalho está a ser feito depressa mas sem nunca descorar a segurança laboratorial e das pessoas envolvidas.
No entanto, como admitem responsáveis da farmacêutica norte-americana, com sede em Nova Iorque, citados pelos media nacionais, ainda não existe uma data para a comercialização da vacina, embora estes mesmos responsáveis apontem que o objectivo inicial de garantir até 100 milhões de doses até ao final do ano, e mais 1,2 mil milhões em 2012, não foi alterado.
Uma das preocupações nesta fase dos testes é a questão da mutação do vírus, embora, apote Dormitzer a NBC News, "as alterações verificadas não são de molde a influenciar a eficácia da vacina"
Apesar de números gigantes, as 1,3 mil milhões de doses que a Pfizer admite ter disponíveis até final de 2021, estas são claramente insuficientes face a uma pandemia que, de acto, ameaça os mais de 7 mil milhões de seres humanos que o planeta Terra alberga actualmente.
Só para se ter uma referência, a totalidade das doses que esta empresa promete produzir nos próximos 18 meses, 1,3 mil milhões, seriam apenas as que, potencialmente, resolveriam o prolema do continente africano ou de países, singularmente, como a China ou a Índia.
No entanto, o mundo, entre companhias privadas e laboratórios nacionais, tem em curso mais de 120 projectos de desenvolvimento de uma vacina, sendo que a Organização Mundial de Saúde já admitiu que estão a desenrolar-se pelo menos 17 que já chegaram à fase de testes.
Até hoje, a Covid-19 já matou mais de 516 mil pessoas e gerou mais de 10,7 milhões de infecções em todo o mundo.
Da China...
Uma das mais avançadas possibilidades de vir a surgir como a primeira vacina aprovada para uso universal está a ser desenvolvida na China, onde já está, inclusive, aprovada para utilização em humano, embora limitada aos elementos do Exército chinês, que, ainda assim, são mais de 2,5 milhões de pessoas.
O Governo chinês acaba de aprovar a utilização de uma vacina contra a Covid-19 em humanos, mas limitada às suas fileiras militares, que foi desenvolvida por técnicos da CanSino Bilogics, uma empresa de Hong Kong que se dedica à produção de vacinas, e do Instituto de Biotecnologia de Pequim.
Esta é a primeira entre mais de uma centena de vacinas em desenvolvimento em todo o mundo que é aprovada oficialmente para utilização em humanos, embora com restrições que a limitam a ser aplicada apenas em militares chineses, sendo que as forças armadas deste país integram mais de 3 milhões de pessoas, incluindo reservistas.
A China é actualmente o país com mais projectos de vacinas em desenvolvimento sendo que do total de projectos reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em fase de testes em humanos, metade é de origem chinesa. Em todo o mundo há mais de 120 projectos em desenvolvimento pré-clínico.
Esta vacina, refere uma nota da CanSinoBIO enviada à bolsa de valores de Hong Kong, "tem uma boa salvaguarda da sua segurança" para uso em humanos e o potencial de prevenção da doença, a Covid-19, causada pelo novo coronavírus, é elevado.
A aprovação para o uso da Ad5-nCov, assim baptizada, em humanos foi anunciada hoje e, como refere a CanSinoBIO, partiu da Comissão Central para os Assuntos Militares da China.
Até ao momento, as informações sobre a sua aplicação são escassas, sabendo-se apenas que o será em pessoal militar, embora não a sua abrangência, visto que as forças armadas chinesas integram, no activo, mais de 2,5 milhões de homens e mulheres.
Não foi avançada informação sobre o início da aplicação da Ad5-nCov.
Recorde-se que, com o crescente número de novos casos detectados diariamente, uma vacina ou um medicamento eficaz são a derradeira esperança para que o mundo possa travar a mais grave pandemia do século XXI.