Francisco Furtado afirmou que devido ao "relaxamento registado, pelo comportamento observado pelas populações nos diversos sectores" se previa um acréscimo significativo de casos de covid-19 no país.

"De um modo geral pensamos que as medidas contidas no decreto 280/21 de 29 de Novembro vão continuar válidas até uma possível actualização. No entanto, chamamos a atenção sobre as medidas que vão ser tomadas de fiscalização e medidas punitivas para os incumpridores das medidas de biossegurança e de todas as medidas estabelecidas no decreto presidencial vigente", acrescentou.

O ministro destacou que a situação que se vive no País "inspira cuidados", avançando a possibilidade de o País estar agora a enfrentar a quarta vaga da pandemia covid-19, e a presença de uma nova variante do vírus, podendo ser o Ómicron.

"Existe uma forte probabilidade de estarmos perante a presença de uma nova variante do vírus, podendo ser a Ómicron, que não podemos afirmá-la ainda em virtude de não termos resultados laboratoriais dos testes enviados para laboratórios especializados no exterior do País", disse.

Francisco Furtado disse que os casos registados em Luanda nos últimos dias, particularmente na terça-feira, quando foram contabilizados 480, apontam que a capital, com 90% dos casos notificados nas últimas 48 horas, é o epicentro da situação.

"A título de exemplo, de ontem para hoje realizaram-se rastreios em determinadas instituições públicas, unidades hospitalares, clínicas privadas e em centros de saúde e a situação é bastante preocupante", frisou.

Já a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse que em breve deverão sair os resultados sobre que estirpe está em circulação no País.

"Acreditamos que possamos ter no nosso seio a estirpe Ómicron, como também pode ser uma nova estirpe, por isso não devemos baixar a guarda e lembrarmo-nos que temos circulação comunitária do vírus", realçou

A ministra confirmou os relatos nos últimos dias de pessoas com dor de garganta, febre, dores articulares, corrimento nasal, perda do olfato e sintomas parecidos a outras doenças, como gripe e malária.

"Temos estado a testar, muitos destes casos têm testado positivo, a maioria são mesmo casos de covid-19. Quer dizer que se tiver estas manifestações clínicas deve dirigir-se ao hospital", aconselhou a ministra.

Sílvia Lutucuta disse que Angola tem capacidade para testar outros vírus, além da covid-19, nomeadamente os vírus respiratórios, e até aqui não foram encontrados nas amostras testadas nenhum caso de HN1 ou outros vírus similares.

Angola contabiliza um total de 67.170 casos positivos, 63.894 recuperados, 1.564 casos activos e 1.743 óbitos.