A Global FM encerrou definitivamente a sua emissão no dia 28 de Dezembro de 2023 por decisão do seu órgão gestor, a RNA, que alegou razões financeiras.

Ao Novo Jornal, os funcionários dizem que estão a caminho do quarto mês à espera que a direcção da Rádio Nacional de Angola os chame para o respectivo enquadramento nas diferentes rádios que fazem parte do grupo RNA.

"Estamos preocupados com a nossa situação desde o encerramento da rádio em Dezembro. Já fizemos uma exposição manifestando a preocupação a respeito do processo de inserção e nada", denunciam os visados que agora estão em casa.

Segundo os funcionários, a 20 de Dezembro de 2023, o PCA Pedro Cabral garantiu a todos os trabalhadores da Rádio Global FM que a partir do mês de Janeiro de 2024 se faria, de forma gradual, a inserção destes trabalhadores, o que até agora não aconteceu.

Conforme estes funcionários, a inserção do pessoal da Global FM não é uma iniciativa da RNA, mas resultante do próprio processo de recuperação deste activo.

Por isso, prosseguem, "apelamos ao PCA da RNA que dê andamento ao nosso processo com a máxima celeridade".

Entretanto, os trabalhadores da Global FM não entendem as razões que levam a RNA a não os enquadrar, visto que o procedimento é idêntico ao que aconteceu com muitos funcionários da ZAP e da Palanca TV, enquadrados na Televisão Pública de Angola (TPA).

A Global FM tinha até Dezembro último um atraso salarial de três meses, mas viu esse problema resolvido antes do Natal, porém, os funcionários ficaram surpreendidos com a notícia do seu encerramento no dia 28, por decisão do conselho de administração.

Em despacho assinado pelo presidente do conselho de administração da Rádio Nacional de Angola, Pedro Cabral, a que o Novo Jornal teve acesso, este PCA determinou o encerramento definitivo da rádio.

O Novo Jornal soube, junto de uma fonte da RNA, em Janeiro, que os funcionários da Rádio Global seriam todos transferidos para as emissoras do grupo RNA a partir do dia 15 desse mês, o que não veio a acontecer.

Importa lembrar que a TV Palanca, que pertencia ao mesmo grupo da Rádio Global FM, teve o mesmo desfecho em 2022, e os seus funcionários foram todos transferidos para a TPA, depois da promessa do Governo, através do MINTTICS, de que aquela TV seria transformada num canal de desporto da TPA, mas tal intenção não se concretizou.

Segundo uma fonte da RNA, a Global FM só trazia despesas para o Estado, daí transferirem os meios para o grupo RNA e deliberarem consequentemente o seu encerramento.

Vale lembrar que a TV Zimbo, a Rádio Mais e o jornal O País, do grupo Média Nova, que pertenciam aos generais Hélder Viera Dias "Kopelipa" e Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino", também foram absorvidos pelo Estado ao abrigo da mesma legislação, estando permanentemente em cima da mesa a sua reprivatização, mas, até agora, esse "negócio" não se tem apresentado com atractividade suficiente para chamar a atenção de grupos ou empresários privados.

Sobre o assunto, Novo Jornal tentou, sem sucesso, ao ouvir a direcção da Rádio Nacional de Angola.