Um dos dados novos revelados no âmbito desta reunião é que, com o decorrer da Operação Transparência (OT), os garimpeiros ilegais foram adaptando a sua actividade no terreno à pressão exercida pelo patrulhamento, reduzindo o número de indivíduos por exploração, tornando mais ágil o grupo recorrendo a equipamento mais versátil e leve e, ao mesmo tempo, procurando locais de menor exposição e de mais difícil acesso.
Este programa do Governo, que visa combater a imigração ilegal e o tráfico de diamantes nas províncias diamantíferas, especialmente na Lunda Norte e Lunda Sul, esteve em análise na terça-feira, durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional liderado pelo Presidente da República.
João Lourenço ouviu o chefe do Posto de Coordenação Avançado da Operação Transparência (OT), no período de Setembro de 2018 a Fevereiro de 2019, o general Américo Valente, a fazer o balanço da Operação Transparência neste período e a análise aos resultados obtidos no terreno, de onde se destaca a saída do país de quase meio milhão de estrangeiros ilegais e o desmantelamento de um complexo puzzle utilizado na extracção de diamantes, gerido por 159 cooperativas que recorriam a 289 casas de compra e venda ilícita dos diamantes extraídos.
O comunicado, citado pela Angop, desta que foi a primeira sessão ordinária do Conselho de Segurança Nacional, especifica que, dos 453.022 estrangeiros que abandonaram o país, 35.784 foram repatriados administrativamente, 416.496 saíram voluntariamente e 842 foram transferidos para Luanda, a fim de serem repatriados para os seus países de origem.
Para além dos 34.480 quilates em diamantes, foram ainda apreendidas 178 retroescavadoras, 30 máquinas de pás-carregadora, 40 buldózeres, 18 máquinas niveladoras, 11 tractores agrícolas, 346 viaturas ligeiras e pesadas, 481 motorizadas e 31 bicicletas.
Incluem-se também 123 dragas, 87 lavarias, 511 motobombas, 16 jangadas, 98 botes pneumáticos, 15 detectores de diamantes, 128 compressores de ar, 248 balanças, 155 geradores, 214 cofres, 160 contentores e 114 armas de fogo.
No mapa alargado da OT estão em destaque as províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Uíge, Kwanza Sul, Bié e Kuando Kubango, mas com incidência também em Luanda, Bengo ou Zaire, e ainda no mar.
Deste balanço sobressai ainda a ideia de que esta operação é para continuar.