A Angop soube hoje, quarta-feira, junto do chefe de repartição de cultura e turismo da administração distrital, Costa e Silva,que os familiares directos, membros da linhagem materna, furtam-se em reunir para indicação do sucessor, situação que esta a inviabilizar o processo.

"Vamos, nos próximos dias, persuadir os familiares do soba falecido a reunirem-se para indicar um sucessor, caso contrario a administração distrital poderá avançar para um encontro de auscultação com as associações da Ilha do Cabo, no sentido de encontrar uma solução", explicou.

Por este facto, responsável disse que se poderá avançar com a eleição de algum membro da comunidade, dotado de princípios morais, cívicos, culturais e com capacidade organizativa, informar o Governo provincial de Luanda (BPL) e consequentemente o Ministério da Administração do Território.

O soba é uma autoridade tradicional responsável pela organização da comunidade, pela resolução dos seus problemas, desempenhando o papel de juiz e de ligação às autoridades governamentais.

"A indicação do novo Soba Grande deveria seguir a tradição, hábitos e costumes dos povos da Ilha do Cabo, por isso deve ser um membro da família Menezes ( filho, sobrinho ou neto) da linhagem materna", frisou

Explicou que a substituição de sobas falecidos é feita por um sobrinho, filho ou por um neto, que deve ser indicado pela sua família, como mandam os costumes da região em geral, e em particular dos ilhéus.

Neste momento na circunscrição não existe nenhum soba, depois da morte de Don João António de Menezes, Miguel Francisco João, adjunto do soba grande, José Francisco André, o soba mais velho, e Sebastião Manuel Napoleão.

Depois da morte do soba é feito um óbito com duração de um mês, seguindo-se a escolha, geralmente de um sobrinho, filho da irmã, e organiza-se uma cerimónia tradicional para o empossamento do mesmo.

O soba tem como dever de se fazer respeitar perante à comunidade e respeitar a mesma e resolver os seus problemas. As entidades tradicionais têm, entre outras, obrigações de desempenhar o papel de juiz, sensibilizar a comunidade para campanhas massivas, como a de vacinação e eleições, e ser interlocutor nos encontros com a administração.

A Ilha está dividida pelos sectores da Chicala-I , Ponta da Ilha, Salga, Casa Lisboa, Ponto Final e bairro da Areia Branca e é habitada por aproximadamente dez mil habitantes.