A informação foi hoje avançada pelo sub-procurador-geral da República de Angola, Luís Benza Zanga, em declarações à imprensa.
Segundo o responsável, em causa está a investigação sobre a transferência de 500 milhões de dólares, realizada em Setembro do ano passado, do Banco Nacional de Angola para o banco Credit Suisse, de Londres.
A operação levantou suspeitas das autoridades britânicas, que desconfiaram de uma fraude contra o Estado angolano, procedimento que desencandeou as diligências investigativas em curso.
No âmbito deste processo, o ex-governador do BNA, Valter Filipe, também foi constituído arguido.
Segundo adiantou, no passado dia 16 de Março, o procurador-geral adjunto e coordenador do Departamento Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), João Luís de Freitas Coelho, Valter Filipe está indiciado pelo crime de peculato e branqueamento de capitais, e, após ter sido interrogado "demoradamente", viu serem-lhe aplicadas algumas medidas de coacção, nomeadamente de não abandonar o país e de apresentação periódica junto DNIAP, onde está o magistrado instrutor dos autos.
Freitas Coelho adiantou que as autoridades investigam outras pessoas "que também têm alguma responsabilidade na saída ilegal desse dinheiro" de Angola, efectuada nas últimas semanas da presidência de José Eduardo dos Santos.
"Vamos aguardar que a investigação continue, para que se possa, mais lá para frente, aferir outros nomes", disse João Luís de Freitas Coelho.
A declaração deixa em aberto a revelação, nas próximas horas ou dias, de novos arguidos.
Entretanto, já na semana passada, as autoridades britânicas adiantaram que deram luz verde para que os 500 milhões de dólares regressem a Angola.