Esta madrugada a capital iraniana começou a ser bombardeada por Israel. Desconhece-se, para já, o número total de vítimas, mas pelo menos nove pessoas morreram e há uma centena de feridos devido aos ataques, segundo agências de notícias oficiais iranianas.

As Forças Armadas israelitas (IDF) fundamentam o ataque, que envolveu mais de 200 aviões de combate, atingindo mais de cem pontos no país com 330 tipos diferentes de munições, com o crescimento da ameaça nuclear iraniana.

Estão confirmadas as mortes do comandante da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, e do comandante-chefe das Forças Armadas iranianas, brigadeiro-general Mohammed Bagheri. O almirante Ali Shamkhani, um importante conselheiro do Guia Supremo do Irão, Ali Khamenei, para questões militares e para o dossier nuclear, estará gravemente ferido.

Em resposta, Teerão efectuou o lançamento de mais de 100 drones, que os militares israelitas dizem já ter começado a interceptar no espaço aéreo da Síria e da Arábia Saudita. A agência de notícias estatal da Jordânia relata que também interceptou vários mísseis e drones que entraram no seu espaço aéreo esta manhã.

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu um destino "amargo e doloroso" para Israel, após os ataques.

"Com este crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si, e irá certamente recebê-lo", disse Khamenei, numa declaração publicada na Internet.

A principal autoridade política e religiosa do Irão notou ainda que o agressor vai receber um "castigo severo", mencionando a "natureza malvada" israelita com os ataques a áreas residenciais na capital iraniana.

Também o exército iraniano afirmou que Israel e Estados Unidos vão receber uma "sonora bofetada" pelo ataque israelita.

Entretanto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, instou Israel e o Irão a "exercerem a máxima contenção".

Num comunicado, Farhan Haq, porta-voz do líder da ONU, condenou, de um modo geral, "qualquer escalada militar no Médio Oriente". O documento indicou que Guterres estava "particularmente preocupado" com os ataques israelitas às instalações nucleares iranianas, numa altura em que estavam marcadas negociações entre os Estados Unidos e o Irão.

Guterres recordou que os Estados-membros da ONU têm "a obrigação de agir em conformidade com a Carta da ONU e o direito internacional". Isto depois do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano ter dito, minutos antes, que o ataque israelita constituía uma violação do artigo 4.º da Carta da ONU.

Guterres apelou a Irão e Israel para que "evitem a todo o custo mergulhar num conflito mais profundo, uma situação que a região mal pode suportar".