Segundo um comunicado enviado ao Novo Jornal pelo MIREMPET, o prazo de apresentação de candidaturas decorrer até 03 de Julho mas confrontado com os "constrangimentos causados pela pandemia da COvid-19" que incidiram "directamente no programa deste concurso" e face à necessidade de se assegurarem "as condições de saúde e segurança dos participantes nacionais e estrangeiros", o concurso, que foi aberto no início do ano, está suspenso.
Esta suspensão, determinada pelo ministro Diamantino Azevedo, ainda segundo o mesmo documento, vai manter-se enquanto estiverem presentes os condicionamentos inerentes à situação de calamidade pública que o País vive por força do decreto Presidencial 142/20 de 25 de Maio.
Em busca de um lugar entre os maiores produtores do mundo
Angola tem em curso, nos últimos anos, especialmente desde que João Lourenço assumiu o poder, um conjunto de investimentos, medidas legislativas que visam acelerar a produção nacional e ainda um conjunto de operações envolvendo as forças de segurança para garantir a redução do garimpo ilegal cujo objectivo final é colocar Angola entre os três maiores produtores do mundo.
Com uma produção média de mais de 9 milhões de quilates por ano e com alguns dos mais importantes kimberlitos do mundo, seja o da Catoca, o 4º maior do mundo, seja ainda o promissor investimento do gigante russo Alrosa, no Luaxe, igualmente um dos maiores kimberlitos do mundo, a Endiama, ainda em Fevereiro deste ano repetia o objectivo de alcançar uma produção média de 14 milhões de quilates.
Actualmente, apesar de estar entre os grandes produtores mudiais, Angola ainda está longe do pódio, que é ocupado pela Rússia, Botsuana e a República Democrática do Congo, estando ainda entre outros gigantes, como o Zimbabué, a Austrália ou o Canadá.
Recorde-se que a Rússia, segundo números de 2014, produziu mais de 39 milhões de quilates, o Botsuana passa ligeiramente os 23 milhões, enquanto a RDC, sem números oficiais fiáveis, deverá ter uma produção a rondar os 15 milhões de quilates, numa grande percentagem oriundos do garimpo artesanal e muito deste ilegal, por isso fora das contas oficiais.
Para ultrapassar estes três produtores, Angola vai precisar de ver o projecto mineiro do Luaxe activo, sendo que a russa Alrosa já avançou como estimativa para esta mina, o 4º maior kimberlito do mundo, situado na Lunda Sul, próximo da Catoca, a presença de quilates no valor de 35 mil milhões USD, podendo levar a que o país, com a sua produção anual estimada de 9 milhões de quilates, quase que duplique a actual produção quando em plena actividade.
Mas, além da gigante russa Alrosa, o Governo angolano precisa de atrair outros investidores, tendo, para isso, produzido fortes alterações à anterior legislação, sendo o toque mais notado a liberalização das vendas que estava, até há pouco tempo sujeitos à lógica do comprador preferencial.
Guerra ao garimpo ilegal
O garimpo ilegal de diamantes é uma das lutas onde o Governo está mais empenhado no âmbito do plano de desenvolvimento da indústria diamantífera e isso mesmo tem sido sublinhado pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás bem como a intenção do Executivo de diminuir a actividade garimpeira como forma de aumentar a produção e lapidação nacionais.
Entre as medidas estão a criação de uma Bolsa de Diamantes, com medidas que passam pelo "aumento da produção e lapidação de diamantes e diminuição do garimpo".
Diamantino Pedro Azevedo, durante a recente apresentação do projecto do Polo de Desenvolvimento Diamantífero da Lunda Sul, em Saurimo, que vai custar 77 milhões USD, disse que a criação de melhores condições para a organização de um sector semi-industrial e de comercialização "robusto" passa também por normalizar e evitar que o garimpo ilegal diminua.
"O Executivo quer fomentar o surgimento de mais fábricas de lapidação, principalmente nas províncias onde são produzidos os diamantes", disse