Os analistas da EIU estimam que o efeito das reformas, que elogiam e consideram vitais para o futuro da economia angolana, vão demorar mais do que aquilo que o Executivo gostaria e terão dificuldades acrescidas por causa do "fraco ambiente operacional" e as preocupações com a conformidade às regras internacionais e nacionais legais (compliance) que vão "travar os investidores".
Os analistas desta unidade da Economist referem nesta nota sobre Angola que é imprescindível que o país aumente a produção de petróleo, que ainda representa mais de 95% das exportações nacionais, bem como a "capacidade interna de refinação de crude" como condição essencial.
Os novos projectos de produção são considerados pela EIU como fundamentais mas sublinha que vão passar "muitos anos" até que o seu fruto seja visível, reafirmando as razões pelas quais estimam o prolongado impacto desta crise: "Poços em declínio, prolongadas operações de manutenção e desinvestimento" por razões de natureza internacional e conjuntural, onde o risco se alia às oscilações negativas no preço do barril e o elevado custo de produção nas águas ultra-profundas angolanas quando comparadas com outras geografias produtivas.
Na nota, citada pela Lusa, E os analistas da EIU lembram que é essencial encontrar novas maneiras de aumentar a produção petrolífera e que isso "é a chave para a recuperação económica de Angola".
Mas não será fácil, advertem. "Já passaram oito anos desde que Angola abriu licitações para novas explorações de petróleo" edemora entre oito a dez anos para os novos poços entrarem em produção e Angola começar a receber estas receitas.
Este sector, o mais importante da economia angolana, deverá contrair-se 2,6% este ano, o que se soma às quedas de 9,2% no ano passado e 5,2% em 2016 e 2017, o que "motivou grandes constrangimentos à economia, que depende do petróleo para mais de 90% das exportações, fez o kwanza cair em queda livre, aumentou a inflação e levou a uma escassez de moeda externa".
O Governo, assim, "viu-se obrigado a endividar-se de forma agressiva para cumprir as obrigações da despesa", levando a dívida pública a valer 90% do PIB, de acordo com os dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional esta semana na primeira análise detalhada ao programa de assistência financeira no valor de 3,7 mil milhões de dólares, no qual elogia as reformas do executivo e diz que a dívida é sustentável.