"Já fizemos investimentos de 100 milhões de dólares, primeiro nas telecomunicações, e depois nas finanças", disse a empresária durante o painel "Economia 3.0 O Futuro de Cabo Verde e o papel de Portugal", inserido na Conferência organizada pela Lusa sobre a economia do arquipélago, que decorre hoje na Praia.
Isabel dos Santos elogiou o Governo e as condições criadas para a criação de investimento externo, considerando que sempre houve bom relacionamento entre o Estado e os empresários.
"Sempre tivemos um diálogo aberto e próximo, sentimos que as pessoas estavam a ouvir o que dizíamos, estamos nas telecomunicações, que é um sector em evolução muito rápida, e esta interacção constante com as autoridades é fundamental", disse Isabel dos Santos.
Questionada sobre se a Saúde pode ser um dos factores distintivos do país, no âmbito da criação de um turismo de saúde, Isabel dos Santos respondeu que "Cabo Verde tem todas as condições para se tornar um hub de turismo de saúde", elencando depois as vantagens do país.
Neste painel, também o ministro das Finanças destacou as potencialidades do arquipélago, considerando que é preciso fazer mais para captar mais investimento externo que possa desenvolver o arquipélago.
"Queremos ter aqui dezenas, centenas de empresas, temos políticas bem-intencionadas e direccionadas para captar empresas em quantidade crítica para provocar a mudança", disse Olavo Correia.
Para o Governo, a aplicação de taxas fiscais zero está fora de questão, mas o Executivo assegura que há "taxas reduzidas, incentivos fiscais e parafiscais, mas sobretudo uma grande aposta na qualificação dos recursos humanos, porque o que faz as empresas são as pessoas".
O presidente da CVTelecom, José Livramento, vincou os bons indicadores de Cabo Verde na utilização de tecnologia, nomeadamente nas ligações móveis de dados, cuja adesão está nos 60% da população, acima da média mundial de 53%, mas destacou que há ainda desafios a ultrapassar.
"No relatório da competitividade do Fórum Económico Mundial, estamos no 132º lugar de um total de 141, e um dos elementos penalizadores é a capacidade de inovação; a informalidade da economia e a pobreza são empecilhos ao desenvolvimento empresarial", vincou.