As duas plataformas perfuradoras, do tipo navio, encomendadas pela petrolífera angolana à DSME estavam prontas em meados do ano passado mas, quando a entrega já estava calendarizada, a Sonangol, a atravessar o pico de uma crise financeira que ainda perdura, informou a empresa sul-coreana que não estava em condições de pagar.
Perante este cenário, a entrega das duas estruturas foi cancelada e condicionada ao pagamento da dívida, porque essa era a tábua de salvação esperada pela empresa, também ela com a corda das dívidas ao pescoço.
Perante este cenário, a DSME enviou a Luanda o presidente do Conselho de Administração, Jeong Seong-rip, que, num derradeiro esforço, procurou, junto da Sonangol, uma solução que pudesse resolver o problema.
Em causa estava o pagamento, como o contrato previa, de 80 por cento dos cerca de 1,2 mil milhões de dólares norte-americanos pela construção e entrega das duas plataformas que a Sonangol deverá colocar ao seu serviço no "offshore" angolano.
Nestas negociações entre a Sonangol, já com Isabel dos Santos como presidente do Conselho de Administração, apesar da encomenda, de 2013, ter sido da responsabilidade das administrações anteriores, e Jeong Seong-rip, ficou acordado um prazo para o pagamento até final de 2016, o que não veio a acontecer.
A razão para mais um protelamento da conclusão deste negócio terá sido a incapacidade da companhia angolana para encontrar um financiador disponível para aceitar o risco elevado que a Sonangol, com as contas desestruturadas, representava.
Mas a luz ao fundo do túnel, como noticia agora a imprensa sul-coreana, pode ter sido acesa pela norte-americana ExxonMobil, um dos gigantes mundiais do petróleo, que está em derradeiras negociações com a Sonangol para adiantar os cerca de 879 milhões de dólares que vão permitir à DSME libertar as duas estruturas de grande dimensão para perfurar nos blocos da Sonangol.
Neste momento, na perspectiva sul-coreana, como se pode ler na imprensa do país, a DSME deposita as esperanças, citando o novo PCA da companhia, Jung Sung-leep ,"nas negociações que a Sonangol está a manter com duas ou três gigantes petrolíferas" para obter o financiamento necessário, e que a ExxonMobil é "a que está melhor posicionada" para o efeito.
Se tudo correr bem, como a própria DSME espera que venha a acontecer, as duas perfuradoras poderão ser entregues à Sonangol com cerca de um ano de atraso.