Ao abrir hoje nos 75,63 dólares, o barril de Brent perdeu 19 cêntimos face à anterior sessão, mas mostrando resistência a voltar a passar em baixa dos 75 e regressando aos ganhos sólidos, o que se deve, segundo os analistas citados pelas agências e sites especializados, a uma quebra nos stocks norte-americanos e a uma diminuição das unidades de extracção em funcionamento na última semana.
No entanto, os 19 cêntimos retirados ao valor do barril na abertura do Brent resulta do medo que os mercados não escondem da guerra comercial em curso entre a China e os EUA, porque a aplicação de taxas aos produtos e matérias-primas importadas da China pela Administração Trump e o contra-ataque de Pequim tende a produzir um arrefecimento da economia global.
Outra coisa não seria de esperar quando em confronto estão as duas maiores economias mundiais e, ao mesmo tempo, os maiores consumidores de crude em todo o mundo.
Apesar deste cenário apontar para novos afundanços no valor do barril, a perspectiva de uma forte redução das exportações petrolíferas do Irão, um dos maiores produtores da OPEP, já em Novembro, devido às sanções norte-americanas por causa do rasgar por Washington do acordo nuclear que vigorava desde 2015, mantém algum equilíbrio.
Isto, porque o Irão é hoje responsável pela introdução de cerca de 3 milhões de barris por dia (mbpd) nos mercados e, como já afirmou o Presidente Donald Trump, a ideia é bloquear as exportações iranianas até zero, de forma a forçar Teerão a assinar um novo acordo nuclear, o que já foi negado pelas autoridades daquele país do Golfo Pérsico.
A par desta questão iraniana, a oferta de crude venezuelana em continuada queda, devido à deterioração da estrutura produtiva devido ao colapso dos equipamentos que há anos não têm manutenção por causa da crise económica e política, serve igualmente para estancar maiores perdas.