"Com poucos investimentos nos últimos anos, a produção de petróleo tem estado em declínio desde 2016, quando atingiu o pico de 1,79 milhões de barris por dia, que compara com 1,39 milhões no ano passado, e este ano, com os preços em queda e as restrições impostas pela OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo], a produção não deverá passar os 1,25 milhões", escreve a unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
No comentário, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a EIU diz que "a actividade exploratória das últimas rondas de licitação vai demorar vários anos até dar resultados, por isso a produção vai continuar a cair até 2023 e só deverá voltar a subir em 2024".
Mesmo assim, acrescentam, esta previsão comporta riscos que surgem devido à nova estratégia seguida pelas companhias petrolíferas no seguimento das consequências da pandemia.
"Se o actual cenário de preços baixos e procura menor continuar, as companhias vão provavelmente sair de alguns mercados; a maioria da nova actividade de exploração em Angola está a ser feita em águas ultra-profundas, o que é muito caro e tecnicamente difícil, por isso é um mercado de onde as companhias quereriam sair se forem forçadas a definir prioridades", alertam os analistas.
Ainda assim, ressalvam, a previsão aponta para um cenário positivo a médio prazo: "O atual ambiente de preços baixos vai diminuir o interesse dos investidores na exploração a curto prazo, mas a nossa previsão central continua a apontar para que, quando os preços recuperarem, Angola vai atrair interesse dos investidores petrolíferos num contexto de revitalização do sector".