O ministro do Interior do Burundi, Martin Niteretse, justificou esta escalada das tensões com o vizinho Ruanda com a urgência de mudança de atitude em Kigali para com as forças ilegais que actuam no Burundi: "Suspendemos as relações com o Ruanda até que Kigali mude este seu comportamento".
Há várias semanas que o Burundi, através do seu Presidente, Évariste Ndayishimiye, tem vindo a alertar para o perigo de uma escalada do atrito entre os dois países, especialmente desde que a 20 de Dezembro do ano passado várias pessoas foram mortas junto à fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).
A RDC também acusa o Ruanda de estar por detrás do M23, o grupo rebelde que desde 2020 mantém o leste do Congo a ferro e fogo, tendo-se observado várias ocasiões neste espaço temporal onde os dois países estiveram à beira de uma guerra aberta (ver links em baixo nesta página), estando actualmente em curso uma operação regional de estabilização, na qual Angola é parte fundamental.
Tal como nega qualquer acção ruandesa no apoio a rebeldes que causam perturbações na RDC, apesar de um relatório da ONO o mostrar de forma inequívoca, o Presidente ruandês, Paul Kagame, nega igualmente estas acusações.
O Ruanda é acusado pelos vizinhos, entre outras atitudes que perigam a estabilidade regional, a exploração ilegal de minerais no subsolo do leste da RDC, aproveitando a instabilidade militar na região como cobertura para esta actividade ilegal que assenta, essencialmente, na extracção de coltão e ouro.
Kagame lamenta esta decisão do Burundi, reagindo a uma situação que já não é nova entre os dois vizinhos na Região dos Grandes Lagos.