As chamas envolveram o prédio de cinco andares durante a madrugada, apanhando todos os seus habitantes, pessoas que ocuparam este edifício ao longo dos últimos anos, e que que estavam sob ameaça de despejo pelo município que para ali tem previsto um plano de intervenção e requalificação urbana desta zona degradada da capital económica da África do Sul.
O fogo evoluiu rapidamente no interior do prédio e ninguém deu conta até que as primeiras pessoas foram surpreendidas pelas chamas nas suas camas, disseram alguns dos sobreviventes, sendo que, segundo os bombeiros, a degradação do edifício, o caos que existia no seu interior devido ao abandono, dificultou substancialmente o seu trabalho.
No local residiam mais de 200 pessoas. Pelo menos 75 morreram e dezenas foram transportadas para o hospital com problemas respiratórios, nalguns casos, graves.
Cerca das 10:20 da manhã os bombeiros ainda não tinha conseguido chegar a uma parte do prédio, o que deixa em aberto a possibilidade da existência de mais vítimas.
Estas dificuldades de acesso resultam do facto de os habitantes do prédio, muitos deles sem-abrigo com problemas sociais graves, terem, ao longo de anos, enchido o espaço com estruturas divisórias improvisadas e altamente inflamáveis.
"Todo o prédio está transformado por dentro, parecendo um labirinto emalgumas zomas, dificultando muito o trabalho das equipas de socorro", lamentava um bombeiro aos media sul-africanos.
Decorrem investigações sobre a origem das chamas, mas alguns media locais apontam para um incidente com uma vela, visto que o prédio não possui energia da rede.