Esta praga surgiu em Dezembro na ponta mais oriental de África vinda dos desertos arábicos, onde chuvas anormalmente intensas criaram as condições para o surgimento de milhões de gafanhotos-do-deserto que, depois, se começaram a expandir em enxames gigantescos para o continente africano empurrados por ventos vindos de leste.
A verba, canalizada através da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla em inglês) com a chancela da União Africana, vai ajudar Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Uganda e Tanzânia a controlarem "a praga de gafanhotos que está a ameaçar as colheitas e a segurança alimentar".
A FAO já tinha alertado para o perigo da insegurança alimentar de 25 milhões de pessoas na África Oriental em países em que estas mesmas populações já estão a sofrer por causa de anos a fio de secas graves e prolongadas.
Estas pragas, que avançam em sucessivas vagas, com enxames que podem ir de um km2 a mais de 80 kms2, com mais de 80 milhões de gafanhotos-do-deserto adultos em cada um destes quilómetros quadrados (km2), deslocam-se mais de 140 quilómetros por dia, destruindo alimento suficiente para 35 mil pessoas a cada 24 horas.
Recorde-se que nas regiões por onde evoluem os enxames, pelo menos uma pequena parte destes estão a servir de alimento às populações de algumas regiões em África e na Ásia, onde tradicionalmente os gafanhotos integram a dieta alimentar humana.