Os enxames de gafanhotos, que chegaram do deserto arábico devido a condições meteorológicas extraordinárias, com chuvas anormalmente intensas e ventos de feição, estão desde o fim do ano passado a estender-se pelo continente africano, a partir do Corno de África, e para a Ásia, já estando a devastar culturas também no Paquistão e até na China.
Para combater este avanço dos temíveis insectos, que se agregam em centenas de enxames que podem ter, cada um, mais de 150 milhões de indivíduos, os especialistas, dos países afectados, e da Oganização das Nações Unidas (ONU), que teme pela vida de mais de 20 milhões de pessoas em risco de fome severa, estão a utilizar os desde insecticidas dispersos por avião sobre os enxames até aos tradicionais espantalhos e ruídos estridentes.
Mas, apesar de o problema estar a ser diminuído com o combate ininterrupto, e depois de as equipas contarem com um supercomputador disponibilizado pelo Reino Unido, parecendo que nada parece ter a capacidade de acabar com esta praga, a esperança reside agora numa aplicação para telemóvel que promete ajudar a manter a peste debaixo de uma apertada vigilância.
Baptizada de E-Locust, que em português seria algo como E-Gafanhoto, esta App, que foi lançada pela FAO, a agência da ONU para a Agricultura e Alimentação, permite as equipas obter informações ao minuto sobre as movimentações dos enxames e, assim, deslocar para esses locais, os meios de combate disponíveis, especialmente quando os insectos ainda estão na sua fase juvenil.
Para isso, aqueles que descarregam este software podem informar onde estão os insectos, em que situações, o que estão a comer, fazer fotos e vídeos e enviar ao segundo para os especialistas que controlam e recepcionam essa informação vital.
Depois de analisada a informação pelos técnicos, estes acedem a um mapa com a localização dos meios existentes nos diversos países e movimentam-nos de forma a cortar e conter o avanço dos enxames.