Há dois anos, o ocidente, da Europa aos EUA, quase sem excepção, saiu à rua em apoio a uma Ucrânia apertada entre as tenazes militares da Rússia, mesmo que Moscovo procurasse justificar o avanço das suas unidades sobre o leste ucraniano com a defesa do povo russófilo do Donbass, sob ataque dos "nazis de Kiev" desde 2014, quando um golpe de Estado apoiado por Washington e Bruxelas destronou o Presidente pró-russo Viktor Yanukovych e abriu as portas ao pró-ocidental Petro Poroshenko, que acabou a ser substituído pelo actual Presidente, Volodymyr Zelensky, em 2019.
De todo o lado chegavam a Kiev camiões de ajuda humanitária, os refugiados ucranianos eram acolhidos de braços abertos em Lisboa, Roma, Bucareste, Oslo ou Berlim, mas também em Nova Iorque e Otava... e os Governos destes países correspondiam com empenho no envio de armamento e dinheiro num fluxo contínuo que tanto o Presidente Joe Biden, nos EUA, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula Leyen, em Bruxelas, ou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, juravam a pés juntos ser "até onde fosse preciso e nas quantidades necessárias" para "deixar a Rússia vergada sobre os seus joelhos no campo de batalha".
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