Ao fim de três meses de paralisação dos docentes foi anunciado pelos sindicatos de professores guineenses um extensão da protesto por, pelo menos mais um mês, com o qual pretendem levar o Governo a ceder nas suas reivindicações, encabeçadas pela melhorias salariais e por melhores condições de trabalho.
No balanço dos confrontos entre estudantes e a polícia, que recorreu a gás lacrimogénio para dispersar e controlar os estudantes e ao uso de armas de fogo, cerca de 20 jovens foram hospitalizados alguns deles com gravidade, incluindo por balas de fogo real.
Os estudantes procuravam forçar nas ruas o regresso da normalidade no ensino guineense, marcado ao longo dos últimos 20 anos por sucessivas greves de professores, com sucessivos anos lectivos perdidos.
De acordo com informações prestadas aos jornalistas pelo Hospital Simão Mendes, em Bissau, dos 19 feridos, 12 foram tratados a intoxicações por inalação excessiva de gás disparado pelas forças de segurança.
O gás lacrimogénio foi disparado quando os estudantes bloquearam com pneus a arder as principais vias e praças da capital guineense .
Por detrás destes protestos em Bissau, num contexto pré-eleitoral , com eleições legislativas agendadas para 10 de Março, e quando o país, um dos mais pequenos do continente, com pouco mais de 1,5 milhões de habitantes, situado na costa Ocidental de África, mas igualmente um dos mais turbulentos politicamente, esteve o anúncio por parte dos três sindicatos de professores da Guiné-Bissau de mais um período de greve ao fim de três meses de protesto.