Apesar desta vitória, tanto Geingob como o seu partido, a histórica Swapo, não vão poder agora sossegar porque, no Parlamento, ficando aquém dos dois terços que lhe permitiriam mudar a Constituição sem negociações com os restantes partidos, como seria o caso em caso de ter alcançado esse objectivo, como fora anunciado pelos seus líderes durante a campanha.
Na eleição Presidencial, Hage Geingob, cujo mandato foi norteado por um conjunto de ideias com a luta contra a corrupção no centro, com algumas medidas polémicas e com alguns casos simbólicos que lhe deram palco mundial, como o NJOnline relatou, tanto em Paris como em Nova Iorque, e o corajosos, a vitória sabe claramente a pouco. Isto, porque em 2014, Geingob tinha conseguido um gigantesco resultado, com 87%.
Já a Swapo ficou-se pelos 65,5%, que lhe garantiu 63 lugares num Parlamento composto por 96, uma queda igualmente notável, tendo em consideração que em 2014 tinha conseguido 77, o que permite ao histórico partido de Sam Nujoma governar com maioria absoluta mas sem a possibilidade de avançar para uma revisão constitucional sem negociar com a oposição.
O maior partido da oposição, o Movimento Democrático Popular (PDM) foi quem mais cresceu, com 16 lugares no Parlamento - contra 5 apenas em 2014 - embora o Movimento das Pessoas Sem-Terra (LPM) tenha surgido como a grande surpresa ao conseguir sete lugares.
Este resultado é uma consequência directa, segundo analistas ouvidos pela imprensa namibiana, de anos a fio de escândalos e casos de corrupção, bem como uma pesada e prolongada crise económica, que resultou numa elevada taxa de desemprego, alicerçada numa severa seca que está a assolar toda a África Austral, co especial incidência no vizinho angolano do sul.
Apesar deste resultado ser já oficial e estar em consonância com as sondagens, o principal partido da oposição anunciou a sua intenção de recorrer aos tribunais por suspeitas de fraude eleitoral nestas eleições que mobilizaram 1,3 milhões de eleitores.
Nas primeiras declarações após a divulgação dos resultados oficiais, Geingob admitiu que foi uma campanha "muito dura", considerando mesmo que foi "infernal".
Mas o Presidente reeleito afirmou-se perante os jornalistas como m namibiano orgulhoso" porque o seu país, mais uma vez, realizou eleições "livres e justas" sem ataques ou lutas sem sentido entre adversários políticos.