Um recente relatório da ONG internacional Global Witness denuncia o general Amisi Kumba, que está sob sanções dos EUA e da União Europeia por crimes contra os Direitos Humanos, de estar a vender a uma empresa chinesa as licenças que obteve de forma ilegal para explorar madeira nas florestas tropicais congolesas, consideradas um pulmão do mundo e essenciais para a defesa da biodiversidade planetária.
De acordo com o documento da Global Witness, a família do general Amisi Kumba conseguiu, em Junho de 2018, era então Presidente Joseph Kabila, cinco autorizações excepcionais para exploração de madeira nas florestas congolesas, o que constitui uma clara ilegalidade face à moratória de atribuição de concessões florestais industriais, que está em vigor há alguns anos na RDC como ferramenta de protecção ambiental e, em especial, da crucial floresta tropical africana.
A Global Witness, uma ONG focada na denúncia de crimes contra o meio ambiente e a pilhagem de recursos naturais nos países em desenvolvimento, diz ainda no seu relatório, que esta situação resulta da clara influência de Gabrfiel Amisi Kumba junto do poder quando Kabila chefiava o Estado congolês, mantendo uma forte influência mesmo depois de ter sido substituído no cargo, no início do ano, por Félix Tshisekedi.
A sociedade que o general Amisi criou com a sua família recebeu várias destas licenças, tendo, apenas alguns dias depois, vendido a empresa e as autorizações especiais que lhe foram concedidas à Wan Peng International.
Ainda segundo a ONG, Ministério do Ambiente apreendeu algumas licenças que já tinham sido concedidas e entregou-as à empresa que Amisi criou, a Maniema Union 2, em Junho de 2018, a mesma que dias depois estava a ser vendida aos chineses da Wan Peng International.
Esta empresa chinesa, segundo a Global Witness, "parece ter uma extensa folha de serviços na exploração de madeira na RDC, mas são raros os sinais de que a companhia existe formalmente nos registos oficiais do sector e da indústria madeireira e da exportação de madeira", o que pode ser explicado com os seus negócios a serem assumidos pelos administradores em nome próprio e não pela empresa que dirigem.
No entanto, em 2017, a Wan Peng adquiriu 80 por cento de uma empresa madeireira na República do Congo, a Christelle SARL, que pertencia a Kelly Christelle Sassou Nguesso, filha do Presidente do Congo-Brazzaville, Denis Sassou Nguesso.