"Informações preliminares de equipas no terreno no estado da Al Jazeera indicam que pelo menos 250 mil a 300 mil pessoas deslocadas internamente fugiram desde o início dos combates em 15 de dezembro de 2023", segundo um relatório da ONU.
Os residentes afetados procuraram refúgio no estado de Sennar, deslocando-se depois aos estados de Gedaref, Kassala e Nilo Azul.
Por sua vez, o diretor sudanês do Conselho Norueguês para os Refugiados, William Carter, afirmou na sua conta na rede social X (antigo Twitter) que os deslocados "têm muito pouco para sobreviver, vivendo a maioria em abrigos improvisados e sem comida".
O exército sudanês intercetou na sexta-feira um ataque do grupo paramilitar em Wad Madani, considerada uma "zona segura" e área de refúgio para cerca de 1,5 milhões de pessoas deslocadas que fugiram da guerra que dura há oito meses.
As Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e divulgaram um comunicado na sua página oficial da rede social X, assegurando aos cidadãos de Wad Madani que os seus ataques eram dirigidos contra o exército e não contra civis.
A ONU anunciou na sexta-feira a suspensão de todas as missões humanitárias no estado de Al Jazira, a sul da capital sudanesa, Cartum, devido aos combates entre o exército e os paramilitares.
O conflito armado no Sudão eclodiu em 15 de abril devido às tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político destinado a repor o país numa via democrática após o golpe de Estado de 2021.
A guerra já causou a morte de cerca de 12 mil pessoas, mais de seis milhões de refugiados e deslocados, bem como uma catástrofe humanitária no país.