Cerca de três milhões dos refugiados são de Cartum, a capital e o epicentro do conflito, segundo esta agência das Nações Unidas, que avança que mais de 1,2 milhões de pessoas fugiram para os países vizinhos, sendo o Chade o país que recebeu mais deslocados, seguido do Egipto, Sudão do Sul, Etiópia, República Centro-Africana e Líbia.

"A situação humanitária no Sudão é catastrófica, sem fim à vista, e são os civis que pagam o preço", declarou a directora-geral da OIM, Amy Pope, que exortou a comunidade internacional "a não virar as costas ao Sudão e a apoiar urgentemente os esforços de socorro antes que esta situação conduza a uma tragédia humanitária ainda mais profunda".

A vaga de novos deslocados no Sudão sobrecarregou os serviços e recursos públicos nas zonas de chegada, criando condições de vida terríveis para milhões de pessoas que enfrentam uma luta diária para sobreviver, uma situação ainda agravada por danos significativos nas infraestruturas, pelo colapso dos serviços bancários e financeiros, por interrupções frequentes no fornecimento de internet, telecomunicações e electricidade e pela destruição de instalações de saúde, revela a OIM.

Cerca de 80% da população deslocada referiu que os serviços de saúde não estão disponíveis ou são inadequados e a maioria das pessoas (86%) não tem electricidade, de acordo com os dados da Matriz de Acompanhamento de Deslocações (DTM) da OIM.

A OIM tem prestado assistência vital a mais de 444.000 pessoas no Sudão. A Organização está a expandir as suas operações através da abertura de novos escritórios em cidades como Kosti, Wad Madani e Wadi Halfa.

Até à data, apenas 28% do apelo da OIM para o Sudão e países vizinhos foi recebido.

A organização apela urgentemente à comunidade internacional para que disponibilize financiamento adicional e apoio para facilitar o acesso sem restrições e em segurança, a fim de prestar ajuda.