Num vídeo difundido pouco antes da acção desencadeada pelos seus homens, o general Juan Caguaripano explicava que não se tratava de um golpe de Estado mas sim de uma "acção cívica e militar" para restaurar a ordem constitucional que estes militares e milhares de venezuelanos dizem há meses que foi subvertida por Maduro com a eleição da Assembleia Constituinte.
Depois de eleger a "sua" Constituinte, o que significa que o Parlamento eleito democraticamente há cerca de dois anos vai ser dissolvido, bem como destituída a Procuradora-Geral da República, Luisa Ortega Díaz, os dois "braços" da democracia venezuelana que ainda faziam frente ao esforço para assumir o poder absoluto de Nicolás Maduro.
Apesar de ter sido um sério aviso ao regime chavista de Maduro, a revolta militar foi rapidamente anulada e o Presidente Maduro foi igualmente lesto ao classificar os insurgentes de "terroristas", recusando-se a aceitar que se trate de um grupo de 10 militares, garantindo que se trata de civis armados, excepto um oficial que tinha desertado há meses.
Em continuação da rebelião popular que tem como palco as ruas das maiores cidades venezuelanas, também durante as últimas horas milhares de populares saíram às ruas em apoio ao comando rebelde, cujas chefias militares apelidaram de "delinquentes civis" vestidos com fardas militares.
Isto aconteceu quase em simultâneo com a detenção de alguns dirigentes da oposição.
Depois deste "golpe" estratégico de Maduro, a Venezuela está cada vez mais isolada na comunidade internacional, com sanções e ameaças de cortes de relações e mesmo a expulsão do Mercosul, a organização sul-americana de comércio.