Este posicionamento de Guaidó surge no âmbito de uma forte crise política, económica e social que está a corroer a Venezuela, país onde dois homens desempenham o cargo de "Presidente", embora Maduro tenha sido eleito nas urnas, apesar de forte contestação ao processo eleitoral, e Guaidó se ter autoproclamado Presidente interino, reconhecido a seguir por um conjunto alargado de países liderados pelos EUA.
Recorde-se que o próprio Presidente dos EUA, Donald Trump, já admitiu publicamente que a possibilidade de uma intervenção militar está ""em cima da mesa".
Guaidó já veio garantir que fará o que for "necessário" para resolver o problema e a intervenção militar externa, embora admita que se trata de uma decisão "polémica", é uma possibilidade que não afasta, até porque reclama que, a ser tomada, sê-lo-á "fazendo uso" da soberania nacional e no exercício das suas prerrogativas enquanto Presidente interino.
Por outro lado, Maduro, em sucessivas intervenções públicas, já veio dizer que está firme no poder, que recusa a ajuda humanitária enviada pelos EUA por umma questão de dignidade nacional, acusando os EUA e Guaidó de terem aprisionado ilegalmente o dinheiro e os rendimentos que o país detém no exterior.
Uma das mais-valias financeiras do Estado venezuelano são as refinarias que o país tem nos EUA e que o Governo de Donald Trump mantém congeladas, bem como vários petroleiros aprisionados. O mesmo sucede com milhares de milhões de dólares que o país tem em países europeus.
O líder bolivariano tem-se empenhado em acusar os EUA de estarem pode detrás de um esquema para colocar uma "marioneta" no poder em Caracas para terem acesso ao petróleo venezuelano, país que possui as comprovadas maiores reservas mundiais de crude, na ordem dos 300 mil milhões de barris.