A expressão "ajuda humanitária" feria os ouvidos de Maduro e do seu regime, apesar de os milhares de refugiados venezuelanos que diariamente - crê-se que no total serão já mais de 3 milhões - procuram fugir às crescentes dificuldades nos países vizinhos provarem que a crise já está fora do seu controlo há muito tempo.

A ajuda garantida pela ONU, através das suas agências vocacionadas para responder a crises humanitárias de emergência, como o UNICEF ou o Programa Alimentar Mundial (PAM), poderá ascender, no imediato, aos 10 milhões de dólares, com prioridade para as crianças e as mulheres gravidas ou a amamentar.

Com o seu sistema de saúda público em derrocada total, com o ensino a desmoronar-se, uma inflação que pdoerá chegar ao milhão % em poucos meses, desemprego galopante e a violência, com gangues organizados a liderá-la, a tomar conta das principais cidades do país, com destaque para a capital, Caracas, o Presidente Maduro não conseguiu evitar aceitar ajuda internacional, a mesma ajuda que tem negado com veemência nos últimos anos.

Maduro, até agora, vinha insistindo que a crise humanitária era uma invenção do "imperialismo norte-americano" que procurava fragilizar o seu Governo, negando as evidências do colapso da economia do seu país.

Por detrás do acentuar do descalabro económico da Venezuela, país com uma dependência profunda das suas exportações petrolíferas, esteve a crise nos preços do crude de 2014, levando ao colapso das suas infra-estruturas produtivas, acabando por ver diminuir a sua produção, em 2017, para pouco mais de 2 milhões de barris por dia, e, em 2019, poderá descer ainda mais, para menos de 1 milhão.

Isto, quando se sabe que a Venezuela tem as maiores resrevas de petróleo do mundo, estimadas pela OPEP em mais de 296 mil milhões de barris, mais que a Arábia Saudita, que são de 264,5 mil milhões, e quando se sabe igualmente, que ainda há 10 anos, o país produzia cerca de 3 milhões de barris diariamente.