"Assim, sejam quais forem os resultados eleitorais, sugiro que o presidente do partido, no quadro das suas competências estatutárias, convoque uma reunião extraordinária do Comité Central para um debate corajoso, sério, transparente e democrático para afastar todo o tipo de turbulência no seio partido, que precisa com muita urgência reimplantar-se em todo o território nacional, pensando já nas próximas eleições gerais de 2027", explica um documento assinado por Ngola Kabangu.
Para Ngola Kabangu, "os continuadores devem ter a capacidade de conduzir os debates para a modernização da sociedade angolana, mobilizando os mais variados sectores da população angolana, camponeses operários, estudantes, associações profissionais, sindicatos e outros sectores dinâmicos da sociedade".
O Novo Jornal apurou que uma boa parte dos secretários provinciais da FNLA estão refugiados em Luanda, temendo represálias por não terem visto liquidadas as dívidas com delegados de lista, que trabalharam nas eleições gerais de 24 de Agosto.
Os delegados que reclamam pelo pagamento dos seus subsídios, diariamente realizam manifestações junto das sedes provinciais e das residências dos secretários.
"É uma situação muito preocupante. Todo o património do partido em Luanda e nas províncias está destruído", lamentou o porta-voz do partido Ndonda Nzinga que aguarda uma intervenção do Governo para a resolução do problema.
Nas eleições de 24 de Agosto, o MPLA obteve 51,17 por cento e 124 deputados e a UNITA 43,96 por cento e 90 deputados.
Entre os partidos mais pequenos, foi o PRS quem chegou mais forte, em 3º, com 1,14%, seguindo-se a FNLA, com 1,06%, a PHA, com 1,02%. Todos estes partidos com dois deputados eleitos garantidos.
A CASA-CE com 0,76%, a APN com 0,48 por cento e PJANGO com 0,42% dos votos não conseguiram qualquer assento parlamentar.
Dos mais de 14 milhões de eleitores inscritos, votaram 6.454.109, o que corresponde a 44,82%, e não votaram mais de sete milhões, correspondendo a 55,18% de abstenção.