Na sua primeira declaração em território angolano, que teve lugar no Centro de Ciência de Luanda, ponto inicial da visita à cidade, Blinken considerou o espaço "simbólico" da colaboração entre os dois países, apontando as parcerias na área da ciência.
Destacou a adesão recente aos Acordos Artemis para o uso pacífico da exploração espacial e sublinhou a utilização dos dados recolhidos na investigação espacial para responder a preocupações como a mitigação dos efeitos da seca e o uso eficaz da água
Angola, continuou, é também um dos primeiros países a juntar-se à Visão para as Culturas Adaptadas e Solo (VACS, na sigla inglesa), com que os Estados Unidos pretendem lidar com a segurança alimentar.
"Nos últimos anos, assistimos quase a uma tempestade perfeita entre covid-19, alterações climáticas e conflitos como a agressão russa, com forte impacto na segurança alimentar", afirmou.
Blinken disse que durante os seus encontros em África tem ouvido os seus parceiros falar sobre a necessidade de investimentos na sua capacidade produtiva, porque "precisam de ter um sistema forte para produzir alimentos", começando com duas coisas básica, as sementes e o solo.
Exemplificou com o caso de Angola, onde algumas sementes tradicionais "incrivelmente nutritivas" podem ser tornadas mais resistentes aos efeitos da seca
"Se tivermos sementes de qualidade e as pusermos num solo de qualidade, podemos ter um sistema mais resiliente e nutritivo", acrescentou, explicando que a iniciativa VACS, que está a ser construída com Angola e outros parceiros africanos, pretende ajudar África a alimentar-se e a alimentar outras partes do mundo.
"Queremos atingir novos picos, no espaço e na terra, e mostrar como estas duas coisas estão ligadas", salientou
No centro destas parcerias, continuou Blinken, está a partilha e a transferência de tecnologia
"Isso é tão importante como o investimento porque é isso que gera capacidade nos nossos países e lhes permite estarem fortes", disse o responsável norte-americano.