Discursando na abertura da cimeira extraordinária virtual de Chefes de Estado e de Governo da SADC, João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício desta organização regional, referiu que esta seca ocorre numa altura em que a região também se vê confrontada com cheias repentinas e ciclones.
O Presidente angolano chamou a atenção para o elevado número de países da região austral do continente afectados pelos fenómenos climáticos adversos.
Referiu com ênfase as precipitações sazonais abaixo da média que deram origem a más colheitas e a um crescimento reduzido da vegetação necessária para a pecuária e a vida selvagem.
"Foi notificada a morte de mais de 9 000 cabeças de gado bovino associada com a seca, enquanto, só no Zimbabwe, mais de 1,4 milhões de cabeças de gado bovino correm risco de morte por falta de pastagens e de água. A situação é semelhante em outros Estados-Membros, tais como o Malawi e a Zâmbia", apontou.
João Lourenço agradeceu a todos os Estados-Membros da SADC pelos esforços que vêm empreendendo a nível nacional para gerir e responder aos impactos da seca provocada pelo fenómeno El Niño.
Apelou ao espírito de solidariedade na região e que os mais apetrechados possa, ajudar os mais necessitados.
"Como planos a longo prazo para assegurar uma gestão coordenada de situações de desastres na região, a SADC criou o Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da SADC (SHOC) para viabilizar uma resposta coordenada a casos de desastres e apoiar os Estados-Membros afectados", informou.
"Antevejo, e acho que é também a expectativa dos cidadãos da nossa comunidade, que, com o estabelecimento do SHOC, a região estará melhor preparada para fazer face a situações de desastres a longo prazo", assegurou.