Joana Lina lamentou os "prejuízos incalculáveis" ocorridos durante a manifestação, que foi fortemente reprimida pelas forças de segurançal, qcom forte presença da Polícia de Intervenção Rápida, das brigadas caninas e da cavalaria, e enfatizou a urgência de "defender a paz e a estabilidade do País".
A responsável pelo GPL sublinhou, em directo nas televisões, a sua disponibilidade total para impedir que o passado se repita, sem especificar ao detalhe sobre a que passado se referia, mas sendo permitido adivinhar que recordava os episódios sangrentos em Luanda envolvendo as forças do Estado e a UNITA após as eleições de 1992, tendo em conta que esta manifestação contou com o apoio deste partido e que Joana Lina fez questão de alertar para os fins "inconfessos" daqueles que procuram manipular os jovens.
A governadora provincial de Luanda apelou mesmo a que a população fique atenta e que comunique o que lhe parecer que pode perigar a paz e a estabilidade.
Disse ainda Joana Lina que esta manifestação foi claramente ilegal face às disposições inseridas no decreto Presidencial sobre as medidas de combate e controlo à pandemia da Covid-19, sendo a concentração de tantas pessoas um risco acrescido de contágio de uma doença "mortal e de rápida transmissão".
"Não se trata de impedir direitos fundamentais" disse Joana Lina, sublinhando que é da defesa da vida que se trata, notando a sua desolação ao ver a destruição de bens, aludindo, entre outros, à destruição parcial de uma esquadra de polícia, ao fogo ateado em motorizadas, e caixotes do lixo...
Considerou ainda "deplorável" o "filme que se viu hoje na cidade de Luanda e sublinhou que estas "imagens" não devem voltar a acontecer, garantindo que o GPL "tudo fará para evitar a morte e a destruição".
Recorde-se que a manifestação que hoje teve lugar em Luanda foi anunciada publicamente ao longo da semana e contou com o apoio da UNITA, tendo os restantes partidos da oposição ficado de fora.
Segundos os jornalistas do Novo Jornal no tereno, mais de 2.50 pessoas estavam concentradas nas proximidades do cemitério de Santana, para se dirigirem ao 1º de Maio, mas um forte dispositivo policial impediu que a caminha tivesse início.
Houve pelo menos duas dezenas de detidos, incluindo o secretário provincial da UNITA, o deputado Nelito Ekuikui, e alguns feridos sem gravidade, embora este balanço esteja ainda por concluir.
Em momento nenhum destas breves declarações sem direito a perguntas Joana Lina se referiu aos motivos pela qual a manifestação foi convocada.