Os manifestantes saíram ao som de aplausos de familiares e amigos que não arredaram pé das cercanias da cidadela, para onde foi transferido o julgamento depois de a defesa ter pedido uma sala com melhores condições do que a das sessões anteriores, que decorreram no Tribunal Provincial de Luanda.
Os activistas Nito Alves e Laura Macedo fazem parte do grupo de 71 condenados por desobediência e vão ter de pagar uma multa de 20 kwanzas por dia, assim como 10.000 kwanzas de taxa de justiça e 2.000 kwanzas para o defensor oficioso. Já o secretário-geral da juventude da UNITA (JURA), Agostinho Kamuango, foi absolvido de todas as acusações.
Há, no entanto, duas pessoas que ainda não foram ouvidas (um jovem mudo e um outro que está isolado por ter sido diagnosticado com covid-19) e o Ministério Público poderá ainda solicitar certidão para abrir um processo à parte para as julgar.
O julgamento começou na segunda-feira com a audição de um primeiro grupo de cerca de 25 jovens, na 3ª secção do Tribunal Provincial de Luanda "Palácio D. Ana Joaquina", mas os 103 detidos foram todos levados para o "Dona Joaquina".
Nas imediações do TPL, centenas de pessoas, entre estes amigos e familiares dos detidos, juntaram-se gritando palavras de ordem em que exigiam a libertação imediata dos jovens que participaram na manifestação de sábado, que foi reprimida de forma violenta pela Polícia Nacional.