Do primeiro grupo de 27 detidos, até perto das 17:00, tinham sido ouvidos apenas sete no âmbito da sua participação na manifestação de Sábado, 24, organizada pela sociedade civil e com o apoio da UNITA e do Bloco Democrático, fortemente reprimida pela polícia.
Enquanto decorrem os interrogatórios, manifestantes e familiares dos detidos continuam em frente do TPL a protestarem contra a atitude da Polícia Nacional que ao fim da tarde voltou a dispersar os manifestantes com gás lacrimogénio.
A sessão teve início por volta das 14:30, depois de quatro horas de atrasos devido há um caso positivo da Covid-19, que ocorreu no seio dos detidos.
Porque foram detidos e o que fizeram são as preguntas colocadas pelo juiz aos primeiros réus, que afirmaram nada terem feito para serem detidos no Sábado, aquando da manifestação.
No exterior do "Palácio D. Ana Joaquina", tal como na segunda-feira, estavam, até perto das 19:00, várias dezenas de amigos e familiares dos detidos, que exigem a libertação imediata e incondicional dos jovens em julgamento, sob olhar atendo da PN que já reforçou o número de efectivos, como constatou o Novo Jornal no local.
A polícia chegou mesmo a usar gás lacrimogéneo para dispersar as pessoas que estavam concentradas nas imediações do tribunal.
Entretanto, este caso tem todos os condimentos para se prolongar no tempo, visto que os 103 detidos vão todos ser ouvidos neste tribunal, estando apenas a ser ouvidos 27 hoje, os mesmos que ontem foram colocadas na sala da 3ª secção, os mesmos que, provavelmente, amanhã, voltarão a esta mesma sala.
Entre 103 os detidos então 13 mulheres, entre adolescentes, jovens e adultas, sendo que duas delas estão em estado de gestação e queixam-se de estarem a ser maltratadas pelas autoridades.