A imagem de João Lourenço surge na capa dos principais diários da imprensa lusa, que dedicam, nas edições desta quinta-feira, 22, várias páginas à visita de Estado que o Presidente da República realiza a Portugal.

O maior destaque surge no Público, que, para além de colocar o Presidente da República no centro da manchete e publicar um editorial sobre a "A Perestroika de João Lourenço", dedicou sete páginas ao tema, incluindo uma entrevista ao economista Alves da Rocha.

Ainda no Público, a viagem do Presidente da República motivou uma análise sobre os negócios, com os dados a indicarem que "Luanda dá sinais de desinvestimento em Portugal", e a apontarem para a perda de quota de mercado das empresas portuguesas em Angola.

A dimensão económica das relações luso-angolanas é também desenvolvida nas páginas do Jornal de Notícias, sob o título "Exportações para Angola encolhem 50% em quatro anos". Trata-se de "um reflexo da crise na economia angolana e do "irritante arrefecimento das relações com Portugal", escreve a publicação, que dedica duas páginas ao assunto.

Já no i, a deslocação de João Lourenço é apresentada como uma "visita de relançamento das relações com Portugal, que começou "com certo embaraço", numa alusão à conferência de imprensa convocada pelo ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

"Uma visita tão simbólica quanto esta, depois de meses desse "irritante" do processo judicial contra o ex-vice-presidente Manuel Vicente a entorpecer as relações entre Angola e Portugal, acaba por começar com a sombra de José Eduardo dos Santos a pairar", lê-se no i.

A reaparição mediática do antigo Chefe de Estado também é assinalada no Correio da Manhã, que, no entanto, focou a abordagem na cooperação no domínio fiscal.

"Portugal ajuda Angola a construir taxas de IVA", avança o diário, adiantando que "a Autoridade Tributária portuguesa está a dar formação a quadros intermédios e superiores de Angola para a introdução do IVA" no país. A publicação, que cita fonte do Ministério das Finanças de Portugal, acrescenta que essa acção cumpre uma exigência do Fundo Monetário Internacional.

O Correio da Manhã escreve ainda que o governador do Banco Nacional de Angola e os líderes dos quatro principais bancos angolanos também estão em Portugal, para obter da banca portuguesa a abertura de canais de financiamento para projectos no sector agrícola.