"A PGR até este momento não tem qualquer informação de que este dinheiro já foi devolvido a Angola, mas as estruturas do Estado angolano, isso é consabido, é público, estão a trabalhar para que o dinheiro retorne aos cofres do Estado angolano", disse o responsável, em declarações citada pela agência Lusa.
Segundo o responsável, as diligências para recuperação dos 500 milhões de dólares envolvem tanto o Ministério das Finanças como o BNA.
O valor foi movimentado na recta final da presidência de José Eduardo dos Santos, num processo em que o ex-governador do banco central, Valter Filipe, já foi notificado.
Em causa está uma transferência do BNA para o banco Credit Suisse de Londres, circunstância que motivou a intervenção da unidade internacional de combate à corrupção da Agência Nacional Britânica contra o Crime (NCA, na sigla inglesa).
De acordo com procurador-geral adjunto, Valter Filipe está indiciado pelo crime de peculato e branqueamento de capitais, e, após ter sido interrogado "demoradamente", viu serem-lhe aplicadas algumas medidas de coacção, nomeadamente de não abandonar o país e de apresentação periódica junto da DNIAP, onde está o magistrado instrutor dos autos.
Para além do ex-governador, as autoridades investigam outras pessoas "que também têm alguma responsabilidade na saída ilegal deste dinheiro" de Angola, informou João Luís de Freitas Coelho.
A PGR prefere contudo "ainda não citar" mais nomes, "para o bem da investigação e da descoberta de material".
"Vamos aguardar que a investigação continue, para que se possa, mais lá para frente, aferir outros nomes", disse o responsável no final da semana passada, defendendo que é "prematuro" avançar agora com mais informação.