Uma das razões apontadas pela SONAGÁS, embora sem pormenorizar, é que estranhamente, nos últimos tempos, tem havido uma procura anormal nos postos de revenda, gerando desequilíbrios na distribuição.

A empresa do Grupo Sonangol que garante o fornecimento ao mercado assegura que a situação está resolvida e aconselha os populares a optarem por postos oficiais para evitarem preços especulativos.

Há já algumas semanas que os cidadãos quase não conseguem encontrar gás doméstico em botija na cidade de Luanda, o que tem provocado enchentes em diversos postos oficiais, com realce para o da "Macambira", na Vila Alice, um dos mais conhecidos da província de Luanda.

André Augusto, morador na zona do "Papá Simão", disse ao Novo Jornal que madrugou esta segunda-feira,23, para encontrar uma garrafa de gás ao preço de 2.500 kz, num posto em Viana.

Como André Augusto, há outros cidadãos com que o Novo Jornal conversou que certificam a carência do produto.

Entretanto, alguns compradores afirmam que a dificuldade está na aquisição do gás na SONAGÁS, daí a carência nos bairros.

O Novo jornal apurou que, em algumas zonas de Luanda, o gás doméstico é vendido sem grandes constrangimentos, mas ao preço acima dos 2.500 kz.

Em declarações à imprensa, o director das operações da SONAGÁS, Pedro de Sá, disse que houve um registo de procura acima do normal, sem explicar as razões, que gerou alguns desequilíbrios, mas a situação está resolvida.

Até ao momento não há registo de que este produto, tal como o gasóleo e a gasolina, esteja a ser contrabandeado para a República Democrática do Congo, embora as razões que justificam o contrabando de gasóleo e gasolina, a diferença de preços num e noutro lado da fronteira, também se verifique em relação ao gás doméstico.

Segundo este responsável, a SONAGÁS trabalha no sentido de regularizar a situação da procura que Luanda tem registado nos últimos dias.

"Estamos a trabalhar no sentido de regularizar a situação da procura que registámos nos ultimamente. Nos próximos dias teremos tudo normalizado", disse o responsável.

Importa referir que, no mês passado, a SONAGÁS afirmou que não há escassez de gás em Angola, destacando que a empresa possui um stock adequado para atender à província de Luanda e outras regiões do País, sem dificuldade.