O grito de socorro vem das populações das comunas de Cambondo, Cerca e Quiluanje, afectas ao município do Golungo-Alto, que desde o princípio do mês em curso vêem as suas lavras invadidas por manadas de elefantes em número de 10 a 25 animais, onde todas as tentativas para os afugentar têm-se tornado ineficazes, nomeadamente a queima de pneus e produção de sons com sinos e tamborões.
Os populares apontam as plantações de banana, milho, feijão, mandioca e palmar como sendo as mais visadas pelos mamíferos que arrasam tudo por onde passam.
O administrador do município do Golungo-Alto, Cirilo Matias Mateus, reconheceu a existência de "um problema grave e de grande complexidade", cuja solução está dependente de uma intervenção do Ministério da Agricultura e do Ambiente, já inteirados do problema.
De acordo com o responsável, após todas as tentativas para afugentar os elefantes, sem sucesso, a administração do Golungo-Alto vê-se a braços com uma situação que tem afectado em grande medida a população local, uma vez que estas incursões dos elefantes aos campos agrícolas estão a acontecer, justamente na época das colheitas.
Este tipo de situação tem-se repetido praticamente ao longo dos dois últimos anos e todas as medidas para reverter o problema têm-se revelado ineficazes.
Autoridades locais e camponeses estão preocupados e já fizeram chegar esse sentimento, assim como um pedido de apoio às autoridades centrais, designadamente a criação de uma reserva local destinada a manter os animais em cativeiro ou, em alternativa, transferi-los para um parque nacional.