"Ainda existem algumas diligências que devem ser concluídas antes da remessa do processo ao judicial, no caso ao Tribunal Supremo, porque a PGR tem enfrentado dificuldades em adquirir resposta e colaboração da parte de entidades de alguns países ligados ao processo", revelou a fonte, assegurando que a PGR quer encontrar colaboração dos órgãos judiciários do Dubai, país onde se encontra a residir a empresária angolana.
Segundo a fonte da PGR, só com colaboração destas entidades é que o processo pode ser concluído e remetido ao Tribunal Supremo.
Conforme a fonte, a empresária angolana, através dos seus advogados, "colabora apenas quando lhe convém, o que não inibe o trabalho das autoridades judiciais na luta pelo combate a corrupção".
A fonte descreve que a PGR quer estar segura da acusação, para não falhar como aconteceu com o processo do "caso 500 milhões de dólares", cujas figuras principais são José Filomeno dos Santos "Zenu", antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, e Valter Filipe, ex-governador do BNA.
"Por questões de segurança há que se concluir os autos todos, para se remeter seguramente ao tribunal!", descreve a fonte, que acrescenta que diligências junto destas entidades estrangeiras para contar com Isabel dos Santos no processo continuam.
Enquanto isso, garante a fonte, fica difícil dar por concluído o processo a nível da instrução preparatória por conta desses embaraços.
No mês de Janeiro último, o procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, anunciou que o processo contra Isabel dos Santos seguiria para tribunal dentro de dias, o que até agora não aconteceu.
"Temos um processo que está já na sua fase final, dentro de dias será remetido a tribunal, é o processo que diz respeito à gestão da Sonangol", garantiu na altura o procurador-geral, à margem da cerimónia de tomada de posse de novos magistrados.
Entretanto, fontes ligadas à Câmara Criminal do Tribunal Supremo asseguraram ao Novo Jornal, esta segunda-feira, 24, que ainda não recepcionaram o processo que envolve a empresária Isabel dos Santos, embora o procurador-geral o tivesse anunciado.