"O processo está na fase judicial e o tribunal está a analisar se de facto Abel António Cosme pode ou não ser extraditado para Angola, para ser julgado", disse Álvaro João, porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Questionado se o antigo PCA da TCUL terá alegado a nacionalidade portuguesa, como noticiaram em Janeiro vários meios de comunicação social, o porta-voz da PGR salientou que esse é um pormenor do processo e que não pode argumentar.
Segundo Álvaro João, o pedido de extradição foi feito com o propósito de Portugal enviar para Angola o ex-presidente do Conselho de Administração da TCUL, prófugo da Justiça, e detido em Portugal a pedido das autoridades angolanas, no âmbito da cooperação judiciária internacional.
Abel António Cosme foi arrolado ao processo do "Caso CNC" em que Augusto Tomás, ex-ministro dos Transportes, foi o réu principal, condenado a 14 anos de prisão, e, depois do recurso baixou para oito.
O antigo PCA da TCUL é acusado de ter praticado os crimes de branqueamento de capitais, corrupção, associação criminosa e desvio do fundo do Estado, quando desempenhou as mesmas funções na UNICARGAS E.P, onde constitui uma empresa privada de táxi, segundo o Ministério Público.
Após tomar conhecimento do processo movido contra o ex-ministro, Augusto Tomás, Abel António Cosme fugiu a Portugal, esquivando a justiça até ao dia que foi detido pela polícia judiciária portuguesa a pedido do Estado angolano.
O ex-PCA da TCUL e UNICARGAS chegou a ser notificado pela Direcção de Investigação e Acção Penal da Procuradoria-Geral de República para prestar declarações sobre o envolvimento em esquema de desvio de fundos públicos, mas não compareceu.