O DNIAP concluiu, em sede de interrogatório, esta segunda-feira,27, que o arguido do "caso CNC" em que deveria ter sido julgado com o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, em 2019, não fugiu do País e deixou-o em liberdade dias após a sua chegada ao País.
A defesa do antigo PCA da TCUL apresentou à PGR provas que certificam que Abel António Cosme se ausentou do País por motivos de saúde.
Segundo a Rádio Nacional de Angola (RNA), o DNIAP terá concluído que não haverá perigo de fuga do arguido e, por isso, foi-lhe aplicada a medida de coacção de interdição de saída para o exterior.
A Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal decidiu caucionar o arguido com uma fiança no valor de 10 milhões de kwanzas, que segundo a fonte da RNA, foi de imediato pago.
O antigo PCA da TCUL é acusado de ter praticado os crimes de branqueamento de capitais, corrupção, associação criminosa e desvio do fundos do Estado, quando desempenhou as mesmas funções na UNICARGAS E.P, onde constitui uma empresa privada de transportes, segundo o Ministério Público.
Abel António Cosme está envolvido no processo Conselho Nacional de Carregadores e deveria ter sido julgado em 2019, tal como foram os réus, Augusto Tomás, ex-ministro dos transportes, condenado a 14 anos, Isabel Bragança, ex-directora financeira a 12, Manuel António Paulo (falecido em 2020) e Rui Manuel Moita, ambos ex-directores do CNC, nas penas de 10 anos de prisão.
O réu Eurico Silva, alto funcionário do CNC, foi condenado na pena de dois anos de prisão, mas, com efeito, suspensivo.
Abel António Cosme foi detido em Janeiro desde ano pelas autoridades portuguesas, em cumprimento de uma "notificação vermelha" da Interpol sendo extraditado para Luanda no dia 21 do corrente mês.