Esta venda de elefantes, para a China povoar os seus parques nacionais de Pequim e Shangai, está a gerar protestos das organizações ambientalistas, qua acusam o Governo do Zimbabué de contornar as disposições internacionais que regem o comércio de espécies selvagens, acusando os responsáveis do país de estarem a ter um comportamento que fere a ética.
Mas a Autoridade para a Gestão dos Parques e Vida Selvagem do Zimbabué socorre-se da necessidade de obter fundos para poder proteger a vida selvagem no país, nomeadamente nas regiões mais afectadas pela seca, onde está a ser difícil socorrer milhares de animais que sucumbem à falta de água e de alimentos.
No entanto, se essa fosse a razão para vender animais, incluindo os 35 elefantes que recentemente rumaram à China, os ambientalistas não teriam as dúvidas que apresentam, porque "não haveria justificação para o sigilo" em que o "negócio" foi e está a ser feito.
A confirmação desta venda de elefantes, que organizações como a Conservation TaskForce, do Zimbabué, denunciaram a 23 de Dezembro, não é a primeira que acontece, porque já em 2015 tinha surgido idêntica denúncia, mas é a única até agora confirmada oficialmente.
Uma das questões mais criticadas neste negócio é que os elefantes vendidos, apesar de não ter sido confirmado, são na grande maioria crias retiradas de forma violenta às mães.
De acordo com algumas denúncias, a venda de espécimenes de tenra idade é a única que garante a viabilidade da adaptação destes ao novo meio em que vão crescer.
Por entre a polémica da venda de espécies selvagens, que as autoridades zimbabueanas dizem que já sucedeu para outros países europeus e para os EUA, corre ainda a desconfiança sobre o que é que o Governo de Hararé fez das toneladas de marfim apreendidas no país, com as organizações ambientalistas a afirmarem que está em curso uma tentativa de as vender em contraciclo aos esforços globais para combater o tráfico de marfim, responsável pela morte anual de milhares de animais no continente africano.