Cerca de dois anos depois da compra do maior diamante encontrado em Angola - uma pedra de 404 quilates e sete centímetros de comprimento - a joalharia De Grisogono está em crise.
Através de um comunicado, a empresa explica que "apesar dos investimentos consideráveis, as vendas não atingiram os níveis esperados, em parte por causa das condições difíceis em alguns mercados-chave".
A mensagem não especifica quais os mercados-chave em causa, mas torna-se inevitável a associação a Angola, tendo em conta que a maioria do capital da De Grisogono é detido pela empresária Isabel dos Santos e pelo marido, Sindika Dokolo, e considerando que, em Dezembro passado, a joalharia perdeu a parceria com a SODIAM - Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola.
Recorde-se que a SODIAM anunciou a saída da sociedade Victoria Holding Limited, por via da qual, de forma indirecta detinha uma participação societária minoritária na sociedade holding do grupo joalheiro De Grisogono, "por razões de interesse público e de legalidade".
Segundo um comunicado da empresa pública, divulgado a 1 de Dezembro de 2017, a sua participação, ainda que minoritária na sociedade de direito maltês Victoria Holding Limited, e indirectamente no grupo joalheiro De Grisogono, "gerou, desde a sua constituição em 2011 exclusivamente custos para a SODIAM".
Sem precisar o impacto da parceria nas contas da companhia estatal, o conselho de administração revelou apenas que os encargos até aí suportados decorriam "quer dos financiamentos bancários que contraiu, quer dos resultados negativos que têm sido sistematicamente apresentados pelo grupo" joalheiro.
Os alegados prejuízos da De Grisogono, que estariam a ser "amparados" pela SODIAM, parecem agora ter-se tornado incomportáveis.