A decisão da SODIAM foi tomada hoje em sessão extraordinária do conselho de administração, e é explicada "por razões de interesse público e de legalidade".
Segundo um comunicado da empresa pública, divulgado no Jornal da Tarde da TPA, a sua participação, ainda que minoritária na sociedade de direito maltês Victoria Holding Limited, e indirectamente no grupo joalheiro De Grisogono, "gerou, desde a sua constituição em 2011 exclusivamente custos para a SODIAM".
Sem precisar o impacto da parceria nas contas da companhia estatal, o conselho de administração revela apenas que os encargos até aqui suportados decorrem "quer dos financiamentos bancários que contraiu, quer dos resultados negativos que têm sido sistematicamente apresentados pelo grupo" joalheiro.
A joalharia de Grisogono, criada em 1993, foi adquirida por Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, tendo, já como proprietários da empresa com sede em Genebra, na Suíça, comprado o maior diamante encontrado até hoje em Angola, com 404 quilates, na mina do Lulo, Lunda Norte, num negócio que rondou os 16 milhões de dólares, e o diamante Constellation, com 813 quilates, o diamante em bruto mais valioso do mundo, oriundo de uma mina do Botsuana, por mais de 63 milhões de dólares.
Cerca de um ano depois de ter comprado o maior diamante alguma vez encontrado em Angola, bem como o mais caro diamante bruto do mundo, ambos através da De Grisogono SA - empresa suíça de alta joalharia onde detém, em parceria com Isabel dos Santos, mais de 70% das acções -, Sindika Dokolo anunciou o reforço da sua posição no mercado diamantífero.
Em entrevista à edição Agosto-Setembro da revista Afrique Magazine, Sindika Dokolo revelou os planos de alargar os investimentos no sector das pedras preciosas.
"Vamos inaugurar a maior unidade de lapidação e corte de diamantes do Médio Oriente", avança o marido de Isabel dos Santos, antecipando uma parceria com o Dubai Multi Commodities Center - a maior zona franca dos Emirados Árabes Unidos, que junta mais de 12 mil empresas.