A informação foi hoje avançada pelo presidente do conselho de administração da Sonangol, Carlos Saturnino, na conferência de imprensa anual da petrolífera nacional, realizada na sede da empresa na baixa de Luanda.

Carlos Saturnino adiantou, na parte introdutória do encontro com os jornalistas, que o Estado, dono da empresa, injectou 10 mil milhões na Sonangol, sendo que desse montante, metade, 5 mil milhões USD, foram para liquidação antecipada da dívida e os restantes 50% para investimentos.

A dívida assumida hoje por Saturnino, de pouco menos de 4,9 mil milhões USD, é substancialmente mais baixa que aquela que foi anunciada pela sua antecessora, Isabel dos Santos, que, a 15 de Novembro, já depois de ter sido exonerada, veio a público, nas redes sociais, lembrar que tinha reduzido essa mesma dívida em 6 mil milhões de dólares, de 13 mil milhões para 7 mil milhões.

A galinha dos ovos de ouro

Recorde-se que Carlos Saturnino lidera aquela a que o Presidente da República baptizou de "galinha dos ovos de ouro" da economia angolana.

A responsabilidade da Sonangol é enorme na procura de uma saída para a crise que o país atravessa e foi isso mesmo que o Presidente da República sublinhou quando, na tomada de posse dos novos membros da administração, lhes pediu de forma clara para "cuidarem bem" da concessionária estatal petrolífera por ser a "galinha dos ovos de ouro" de Angola.

Na mesma cerimónia, João Lourenço afirmou que pretende que a Sonangol, "continue a ser, para a economia angolana, a galinha dos ovos de ouro", notando que essa metáfora serviu para sublinhar a importância de "cuidar bem" desta empresa.

"Eis a razão por que fazemos este apelo, para que cuidem bem dela", enfatizou João Lourenço.

Carlos Saturnino chegou a PCA da Sonangol deixando o lugar de secretário de Estado dos Petróleos e cerca de um ano após ter sido demitido, em Dezembro de 2016, pela sua antecessora no cargo, Isabel dos Santos, exonerada na mesma altura, de presidente da comissão executiva da Sonangol Pesquisa & Produção.

Carlos Saturnino tinha sido demitido por Isabel dos sob acusação de má gestão e de graves desvios financeiros da empresa.

A esta acusação, recorde-se, o agora PCA da Sonangol respondeu sublinhando que "não é correcto, nem ético, atribuir culpas à equipa que somente esteve a dirigir a empresa no período entre a segunda quinzena de Abril de 2015 e 20 de Dezembro de 2016".