A maior parte das casas e o mercado da aldeia atacada, Solhan, no norte do país, foram queimados pelos homens armados que perpetram esta carnificina, embora até ao mometo ninguém tenha reivindicado o ataque.
No entanto, de acordo com as autoridades locais, citadas pelas agências, tudo indica tratar-se de um ataque protagonizado por radicais islâmicos que há anos procuram desestabilizar a região de forma a criar condições para a islamização dos países do Sahel que têm resistido a estas investidas.
Este ataque foi condenado em todo o mundo, tendo o Papa Francisco dirigido palavras de forte conteúdo condenatório e o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse que se sentia "fortemente consternado" proferido igualmente palavras fortemente condenatórios, "nos mais pesados termos" face a este "odioso acontecimento".
Guterres adiantou ainda que este episódio de terror veio "sublinhar a necessidade urgente de uma solução" apelando à comunidade internacional para fortalecer o apoio aos países que estão a combater os radicais islâmicos" nesta parte do mundo.
O ataque teve lugar na sexta-feira mas só agora começam a ser conhecidos os pormenores daquilo que sucedeu nesta remota região do norte do Burkina Faso.
Os autores deste episódio de terror, um dos mais violentos em muitos anos, procuram ganhar o medo das populações e assim vergá-las à sua vontade que passa, segundo analistas, por criar uma vasta região sob domínio do estado islâmico, da al qaeda do Magrebe ou ainda de grupos locais como a al shabbab ou o boko haram, todos eles seguindo uma lógica de imposição da sua visão radical do Islão pela brutalidade com objectivos que são igualmente político-militares de ocupação de territórios.
Os mais de 160 corpos foram encontrados no Domingo e já hoje, segunda-feira, 07, em três grandes valas comuns, temendo-se que o número de mortos possa vir a revelar-se largamente superior porque muitas das pessoas fugiram para as redondezas e estão a regressar de forma lenta e desorganizada.
O Presidente do Burkina Faso, Roch Kabore, decretou três dias de luto nacional, pedindo, numa declaração ao país através das redes sociais, para que seja mantida a união porque essa é a única via para derrotar o terrorismo e colocar um ponto final a estes "actos bárbaros".
Na mesma altura, numa oura localidade, a pouco mais de 100 kms de Solhan, em Tadaryat, foram igualmente assassinadas com igual brutalidade cerca de 20 pessoas.