O que não parece estar nos planos de Donald Trump é repetir o falhanço eleitoral que há dois anos o levou à condição de raro Presidente que falha uma recandidatura, ao perder para Joe Biden, a quem chamava "Joe Dorminhoco" mas que o fez acordar para uma dura realidade que foi a humilhação da derrota histórica.
É em 2024, com um slogan já conhecido "Fazer a América grande de novo", que já usou em 2020, que Trump procura a vingança sobre Joe Biden, insistindo que, quando chegar à Presidência, vai "salvar os EUA" porque o seu "amor à América é muito grande" para deixar as coisas como estão.
Esta candidatura, anunciada há oito dias e confirmada na terça-feira, já ao final do dia, não apanhou ninguém de surpresa, mas alguns analistas chegaram a admitir que Trump poderia dar um passo à retaguarda depois do revés eleitoral das eleições intercalares de 08 de Novembro, onde todas as sondagens apontavam para uma derrota pesada dos Democratas de Joe Biden contra os Repúlicanos de Donald Trump.
Revés porque, afinal, o Partido Democrata manteve o controlo do Senado e a contagem para a Câmara dos Representantes está renhida como nunca, embora seja provável que os Republicanos acabem por vencer nesta câmara do Congresso, por uma muito ligeira margem, colocando Trump no fio da navalha, porque tal resultado é um claro incentivo a que surja um candidato forte para disputar a candidatura dos Republicanos nas primárias, sendo o mais provável o actual governador da Florida, Ron DeSantis.
"Não precisava disto, porque tenho uma vida muito boa e calma, mas amo o nosso país e temos de salvá-lo", atirou Trump quando anunciava a recandidatura.
"Com o objectivo de tornar a América grande e gloriosa mais uma vez, estou aqui a anunciar a minha candidatura à Presidência dos EUA", anunciou, acrescentando: "Nâo há registo de um movimento como este em todo o mundo. O regresso da América começa neste momento".
"Estou a concorrer porque acredito que o mundo ainda não viu a verdadeira glória que esta nação pode ter. Vamos novamente colocar a América em primeiro lugar", disse, citado pela imprensa internacional.
Reagindo ao anúncio da recandidatura de Trump, o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse, no Twitter, Trump "falhou aos Estados Unidos.
Por sua vez, o presidente do Comité Nacional Democrata, Jaime Harrison, citado pela Lusa, disse em comunicado que Trump foi um fracasso enquanto Presidente e que, por isso, perdeu as eleições em 2020. "Vai perder de novo", notou. "Os democratas estão prontos para lembrar os americanos o que Trump trouxe para a América: o pior registo de empregos desde a Grande Depressão, mil milhões em impostos para os mais ricos e corporações", acrescentou.
Uma hora depois de ter iniciado o discurso e já perto do fim, o magnata pediu a eliminação de todas as votações antecipadas, votações à distância e o uso urnas electrónicas: "Apenas cédulas de papel", defendeu.
Trump também exigiu mais uma vez que todos os votos fossem contados na mesma noite da eleição, apesar de os Estados Unidos nunca terem contado todos os votos na noite do sufrágio numa eleição moderna, segundo o The New York Times.