Candidato do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), uma formação política criada por um grupo de dissidentes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Umaro Sissoco Embaló foi o vencedor da segunda volta das eleições presidenciais de 29 de Dezembro e viu, esta terça-feira, 25, confirmada a sua vitória pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, que voltou a fazer o apuramento nacional no âmbito do cumprimento do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que tinha ordenado a repetição do acto na sequência de um recurso interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira, derrotado nas eleições.

Nas redes sociais, Embaló convida os seus compatriotas "num espírito de união e de concordância nacional", para a cerimónia da sua investidura.

O novo Presidente da Guiné-Bissau diz que o seu compromisso é com o povo guineense e que "desta vez haverá solução para a Guiné-Bissau e para todos os guineenses sem exclusão" mas que exigirá "rigor e disciplina".

"A primeira coisa que temos de fazer é unir os guineenses e dar confiança aos guineenses, sem arrogância. Hoje não posso estar aqui a pensar que sou melhor que os outros. Temos de ter respeito mútuo", frisou.

O "general do povo", como é conhecido entre os seus apoiantes, tem 47 anos e prometeu que, sendo eleito Presidente da Guiné-Bissau, acumularia a pasta da chefia dos Negócios Estrangeiros.

A sua campanha ficou marcada por declarações em que defendia a pena de morte para os traficantes de droga.

"Os bandidos? Tenho lugar para eles na cadeia. Os marginais? Tenho lugar para eles na cadeia. Droga? Eu vou mesmo sugerir a pena de morte para os traficantes se for eleito. Para mim é intolerante, não podemos estar aqui a banalizar uma sociedade a traficar drogas. Aqui não é a Colômbia e a gente conhece as pessoas que traficam droga, e os que utilizam a Guiné-Bissau como passagem de droga. Haverá pena de morte para essas pessoas", afirmou.

Também a sua imagem de marca durante a campanha para as presidências, um lenço vermelho e branco que usa na cabeça, foram criticadas pelos seus adversários, que o acusam de ter um discurso étnico e religioso, ligado ao extremismo islâmico.

Às acusações dos opositores, Umaro Sissoco Embaló responde que é "um muçulmano casado com uma católica e um homem de paz" e que usa o lenço porque gosta e para se proteger do calor.

Diz que a política "é um exercício, como futebol e outros, não uma questão de vida e morte"

"Eu já vivia antes de ser político e no dia que sair da vida política vou continuar a viver", promete o novo Presidente da Guiné-Bissau.