Nicolás Maduro apelou a todos os vanezuelanos que se preparem para integrar a capacidade de resposta à ameaça de invasão norte-americana para o afastar do poder, e, perante centenas de militares, garantiu que a única fragilidade militar do país - um eventual ataque aéreo ou através de mísseis lançados de navios - está prestes a ser colmatada.
E isso será feito com a compra anunciada de sistemas de mísseis anti-aéreos à Rússia, um dos mais proeminentes aliados do actual poder em Caracas, embora não tenha estabelecido nem prazos nem as condições do negócio.
"Fora Donald Trump da Venezuela, fora as suas ameaças, aqui há Forças Armadas e povo para defender a honra e a dignidade de uma Pátria", disse Maduro, gritando de seguida "fora Donald Trump", que, numa recente declaração em Washington, disse que todas as opções, incluindo por isso a militar, estão em cima da mesa.
Estes exercícios militares, que envolvem grupos de civis, decorrem desde Domingo nas proximidades de Caracas, no estado de Miranda, onde o Chefe de Estado venezuelano garantiu que os EUA nunca tentarão entrar no país por terra por saberem que "nessa situação, seriam severamente derrotados".
Mas no que diz respeito a um eventual ataque aéreo, deixou claro que vai aprovar os investimentos que se revelarem necessários para dotar o país de sistemas eficazes de defesa anti-aérea, um gasto de muitos milhões de dólares que o país não possui sequer para comprar comida e medicamentos para os hospitais públicos.
Recorde-se que a crise política na Venezuela agravou-se em finais de Janeiro, com o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, a autoproclamar-se Presidente da República interino.
Guaidó conta com o apoio de cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos e a maioria dos Estados-membros da União Europeia.