Este direito adquirido impele muitas pessoas para um caminho rumo à ascensão ao poder para que, uma vez lá chegados, possam bradar aos céus: agora é a minha vez! Com essa atitude egoísta, a maior parte das pessoas acabam por forjar uma sociedade consumista que fica refém da necessidade constante da aquisição massiva de bens e serviços. É uma espécie de vício e para alimentar esse vício convém acumular subsídios e benesses.
Nem sempre foi assim. A ética e a moral foram sendo lentamente corrompidas como o salitre afectando estruturas esquecidas pelo tempo. Já houve tempos em que, ao regressarem de uma viagem em missão de serviço ao exterior do país, no tempo da república popular, os funcionários devolviam os "traveler"s checks" que não tinham usado. Depois do "popular" ter caído inverteram-se os valores e muitos cidadãos começaram a receber as "ajudas de custo" mesmo quando não viajavam. Era para compensar a dedicação patriótica. Um vezo que se tornou comum e cuja erradicação parece ser muito complicada pois não existe vacina para tal. A apetência por subsídios e benesses continua crescendo.
Por este motivo, tem sido recorrente as manobras para se inventarem formas "inocentes" que contribuem para o aumento da renda daqueles que já tanto têm e que menos precisam. Entre os subsídios e as benesses surgem os "empréstimos" que não são para devolver e que desafiam não apenas a etimologia da palavra mas também a epistemologia do conhecimento.
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