No início era sete os nomes que se perfilaram para esta disputa eleitoral mas dois ficaram pelo caminho, Liberty Chiaka, o secretário provincial do Huambo, que anunciou o seu apoio a Alcides Sakala, e Luakamba Gato, que, sem muitas explicações, disse apenas que não seria candidato.
"Dois candidatos desistiram. Tratam-se dos militantes Paulo Lukamba Gato e Liberty Chiaka. Hoje iniciamos a avaliação das assinaturas dos cinco pré-candidatos que apresentaram os seus processos dentro do prazo legal, que era até às 17:00 de segunda-feira", disse ao NJOnline o coordenador da Comissão de Mandatos, Gabriel Samy.
O último candidato a desistir, Lukamba Paulo Gato, argumentou, no essencial, que tomou a decisão de "apenas cumprir com o dever estatutário de eleitor activo", colocando-se à disposição do partido "para desempenhar qualquer papel que o momento actual exigir".
O pré-candidato à presidência da UNITA, Raul Danda, ainda vice-presidente do maior partido da oposição, mostrou-se confiante de que será eleito presidente do partido.
A sua convicção numa vitória folgada vai ao ponto de afirmar, com alguma ironia, que já é praticamente presidente da UNITA, faltando apenas essa confirmação em Congresso, que considerou "um verdadeiro exercício da democracia", como o confirmam as várias candidaturas.
Defendeu que o partido tem de olhar para o exterior e que é ele que conseguirá melhor essa tarefa, ate porque se apresenta como o homem que, nestes últimos anos, apesar de ser o vice de Samakuva, tem exercido a sua função como sendo um presidente de facto.
O deputado José Pedro Kachiungo, também pré-candidato enquanto o seu processo de candidatura não é validado pela Comissão de Mandatos, referiu que se os delegados depositarem confiança em si durante o congresso, vai injectar novo sangue na organização.
"O doutor Savimbi tinha muita confiança em mim. Em 1989 enviou uma nota a me encorajar para os futuros desafios, razão pela qual sempre tomei decisão em me candidatar à presidência da UNITA", lembrou Danda, salientando que a juventude tem um papel fundamente no desenvolvimento da UNITA.
O general reformado, Abílio Kamalata "Numa", disse que entre os cinco candidatos ele é quem está em melhores condições para concorrer à presidência do partido.
"É a segunda vez que vou concorrer, espero que os delegados façam uma boa escolha. Porque entre os cinco candidatos eu sou o melhor de todos", disse
O deputado Alcides Sakala, tido por alguns analistas como um dos favoritos, disse que a UNITA "é um partido que tem uma longa trajectória e continua a dar lições de democracia em Angola.
Alcides Sakala que desmentiu que a sua candidatura está a ser apoiada pelo actual presidente Isaías Samakuva, elegeu, caso seja eleito líder do partido, as eleições autárquicas como principal desafio.
"A UNITA com a morte do seu líder, Jonas Savimbi, era um partido quase acabado. Mas com o empenho do actual presidente, hoje é uma formação política forte", disse.
Adalberto da Costa Júnior, líder do grupo parlamentar da UNITA, foi, na passada sexta-feira, o primeiro a entregar a candidatura, sublinhando que o partido do "Galo Negro" tem dado uma lição de democracia na forma como tem trabalhado a preparação deste congresso, que será histórica por encerrar com a confirmação do novo líder.
Um outro desistente, à presidência da UNITA, Liberty Chiaca, assumiu que, não vai concorrer por não ser ainda o momento oportuno para a liderança do partido e prometeu o seu apoio a Alcides Sakala.
"Não é o momento oportuno para eu concorrer à presidência da UNITA. Vou apoiar a candidatura de Alcides Sakala", disse Liberty Chiaka de 44 anos.
Recorda-se que Isaías samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte em combate, no ano anterior, do líder fundador do partido, Jonas Savimbi, o que levou ao fim da guerra civil de quase 30 anos em Angola.